O avião A330 da SATA custou oito milhões de euros a operar em 2018 e agora, com a aeronave parada, o valor cai para metade.
Segundo o Diário de Notícias, a SATA está a pagar para ter um avião A330 estacionado no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, sem data para voltar a operar. A aeronave custou oito milhões de euros a operar em 2018 e agora, parada, o valor cai para metade.
“O resultado de exploração do A330 em 2018 (com o avião a voar e dotado de tripulações suficientes) cifrou-se num resultado negativo de oito milhões de euros. O Airbus A330 parado, nas circunstâncias em que se encontra hoje, resulta em metade dos prejuízos anuais acumulados no ano anterior”, lê-se na nota enviada pelo conselho de administração aos trabalhadores da SATA no final de junho, a que o DN e o Dinheiro Vivo tiveram acesso.
No relatório e contas de 2018, a administração já referia a “procura ativa de opções que permitam rentabilizar a referida aeronave”, depois de o avião ter feito disparar a rubrica das despesas de manutenção, que ascendeu a 14,8 milhões de euros no ano passado.
No mesmo documento, a empresa liderada por António Teixeira justificava ainda uma redução verificada em rubricas de gastos operacionais diretos – como é o caso dos combustíveis, da assistência a aeronaves, das taxas aeroportuárias e reservas de manutenção (horas de voo) – com “a utilização das novas aeronaves A321, em substituição dos menos eficientes A310 e A330″.
No ano passado, recorda o mesmo jornal, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) já tinha denunciado a existência de cursos de conversão dos pilotos do A330 para o A321, que considerava “fazer parte de um processo para cedência do melhor avião da sua frota, o A330, a uma companhia aérea concorrente ou mesmo pagando para ficar parado”.
Segundo o DN, a decisão de parar o A330 não está a ser bem entendida pelos trabalhadores da SATA. “Basta olhar para a nova rota de Punta Cana, que vai ser operada com o novo A321 neo Long Range, que tem de parar para abastecer em Santa Maria, quando podia perfeitamente ser operada pelo A330”, conta um funcionário ao jornal, acrescentando que “há uma utilização recorrente de aviões fretados a outras companhias aéreas, como HiFly e EuroAtlantic”.
Nos primeiros três meses deste ano, a SATA apresentou um prejuízo de 20,84 milhões de euros, depois de ter registado um resultado negativo de 55 milhões em 2018. No mês passado, pela primeira vez, conta o DN, a empresa anunciou que os salários seriam pagos em duas tranches.
Um trabalhador contou também ao jornal que os pagamentos também têm sido feitos em datas diferentes entre os vários colegas e que a empresa justifica isso com “os bancos”.
Porque não se aluga a outras companhias ?
É porreiro gerir o que é dos outros e ter sempre o ordenado na conta….