Morte de Sara Carreira. Ivo Lucas, Cristina Branco e Paulo Neves condenados por homicídio

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Sara Carreira

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A juíza entendeu que os arguidos agiram de forma negligente e perigosa, apesar de não terem a intenção de causar a morte da cantora.

O Tribunal de Santarém deu como provadas as acusações no caso da morte da cantora Sara Carreira e condenou os quatro arguidos. A juíza justifica as decisões por “não terem atuado com cuidado“, apesar de “não terem intenção de matar”.

Paulo Neves e Ivo Lucas foram ambos condenados com pena suspensa pelo crime de homicídio por negligência na forma grosseira, com sentenças de 3 anos e 4 meses e de 2 anos e 4 meses, respetivamente.

A fadista Cristina Branco foi condenada por homicídio por negligência e recebeu uma sentença de 1 ano e 4 meses de pena suspensa, refere o Correio da Manhã. Já Tiago Pacheco terá de pagar uma multa.

Os quatro arguidos ficam também proibidos de conduzir por diferentes períodos de tempo — nove meses para Ivo Lucas, dois anos para Paulo Neves por dois anos, um ano para Cristina Branco e cinco meses para Tiago Pacheco.

A juíza descreveu ainda como “incompreensível” a espera de quatro horas pelo teste de álcool a Paulo Neves — o condutor que circulava a 30 km/h —, especialmente quando a lei refere que a análise deve ser efetuada no menor tempo possível. Quanto a Cristina Branco, a juíza entendeu que teve tempo suficiente para se desviar do carro de Paulo Neves e evitar a colisão.

Nas alegações finais, o Ministério Público pediu à magistrada que validasse as penas suspensas, todas inferiores a cinco anos, para os três arguidos acusados de homicídio, alegando que “assobiaram para o lado” e não mostraram arrependimento. Para Tiago Pacheco, a acusação defendeu a aplicação de uma multa superior a 600 euros.

Também a defesa de Ivo Lucas prestou declarações, frisando que o músico “está a passar um mau bocado”. O advogado do ex-namorado de Sara Carreira avançou ainda que “muito provavelmente” vai recorrer da decisão.

Tony Carreira critica decisão

O cantor Tony Carreira esteve presente na leitura da sentença e falou com os jornalistas à saída do tribunal. “Na vida real, ninguém vai preso. Está tudo certo. Não era nada disto que eu pretendia”, criticou.

“Todos seguiram uma tática de advogado: a tática da amnésia. Todos se lembram do que lhes dá jeito. Que havia nevoeiro, quando ficou provado que não havia, que não havia visibilidade, quando ficou provado que havia. Não custava nada aos arguidos dizerem a verdade”, apontou ainda.

O pai de Sara Carreira considera ainda que Paulo Neves é “o maior culpado deste filme todo” e criticou a sua ausência no tribunal, apontando-lhe a falta de “coragem” para comparecer. Na mesma linha que a juíza, Tony Carreira diz ainda não achar “normal um GNR fazer-lhe um teste de álcool quatro horas depois” do acidente.

A defesa de Ivo Lucas também prestou declarações, frisando que o músico e namorado de Sara Carreira na altura do acidente “está a passar um mau bocado” e vai “muito provavelmente” recorrer da decisão.

ZAP //

4 Comments

  1. Qualquer juiz deveria começar um julgamento pelo princípio, ou seja, QUEM CAUSOU O ACIDENTE.
    1º – O bêbado que “circulava” bêbado e muuuuuito devagar numa autoestrada, de noite;
    2º – As pessoas que circulavam com excesso de velocidade.
    O 1º, o principal culpado disto tudo, deveria ir preso 10 anos, para curar a bebedeira, pagar uma boa indeminização aos acidentados e ficar PROIBIDO de conduzir, pois o seu egoísmo causou prejuízo aos restantes transi undos e a morte de uma jovem. Espero que a juíza ou o juiz não necessite passar por uma situação semelhante a esta para, em sentenças futuras, além das questões jurídicas consiga ver as questões humanas.

  2. O segredo para se safar da justiça portuguesa é dizer que não se lembra de nada! Funcionou com o salgado, funciona com o Socrates, funciona com toda gente!
    Sempre pensei que mentir em tribunal era crime, ainda mais quando provado, mas a lei é ambígua e só funciona para o que interessa!
    Mais uma vergonha ao estilo português!

  3. Por incrível que pareça, e dado as circunstâncias o “bebado” apesar de alcoolizado ia devagar na faixa da direita numa noite de chuva…ou seja excesso de selo a todos os condutores nessas condições climaticas…foi um final triste mas se foce o Ivo a falecer sera que isto dava tanta “tinta” nos jornais…?

  4. Curioso que considere aquele que circulava abaixo da velocidade mínima mais culpado que aqueles que circulavam acimada da velocidade máxima. Portugal é o país dos aceleras, onde todos acham que são o Ayrton Senna ao volante. Se o Ivo andasse à velocidade que devia em vez de ter o pé pesado, facilmente teria contornado os outros carros, mas o português comum é simplesmente incapaz de andar a menos de 120 na autoestrada, e muito menos um puto com um carro bom.

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