Sapador perde perna após vaivém entre hospitais. Bombeiros e INEM têm versões contraditórias

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António Cotrim / Lusa

O sapador florestal que fez mais de 80 quilómetros entre hospitais com uma rebarbadora presa ao osso da perna teve mesmo de ser amputado.

O homem de 50 anos foi transferido entre os Hospitais da Guarda e de Viseu após ter sofrido um acidente em Celorico da Beira. Ficou com uma rebarbadora presa à perna direita enquanto estava a cortar madeira durante uma obra na casa do cunhado.

Após ter andado entre os Hospitais da Guarda e de Viseu, sempre com a rebarbadora presa ao osso e com um garrote para estancar a hemorragia que o podia matar, o homem acabou mesmo por ser amputado.

A cirurgia de amputação ocorreu no Hospital de Viseu, onde continua internado, como apurou o Correio da Manhã (CM).

“Perdeu cerca de 50% do sangue, o cenário era de terror”, explica a este jornal o comandante Carlos Almeida dos Bombeiros Voluntários de Celorico da Beira que assistiram o sapador aquando do acidente.

Bombeiros e INEM têm versões contraditórias

Celorico da Beira fica a cerca de 30 quilómetros da Guarda e a cerca de 50 quilómetros de Viseu.

Mapa da distância entre Celorico da Beira e Viseu e a Guarda.

O homem começou por ser levado para o Hospital da Guarda que fica mais próximo, mas que não tem valências para tratar uma situação como a que afectava o sapador.

“A viagem foi aconselhada pelo médico da VMER [Viatura Médica de Emergência e Reanimação], em articulação com o médico do CODU [Centro de Orientação de Doentes Urgentes]”, justifica o INEM.

Mas os bombeiros de Celorico da Beira contam ao CM uma versão diferente. “Por mais de uma vez, o médico da VMER aconselhou a ida para Viseu – que fica a cerca de 40 minutos de Celorico da Beira –, mas tal não aconteceu”, nota o comandante Carlos Almeida ao jornal.

Certo é que o homem andou num vaivém entre hospitais e acabou por perder a perna direita.

“Ninguém sabe se o desfecho poderia ter sido outro” se tivesse sido, logo no início, transferido para Viseu, salienta o comandante Carlos Almeida.

ZAP //

2 Comments

  1. depois quem sobre é o utente…
    ainda ontem foi noticia de um idoso que foi ao centro de saude e foi-lhe negada assistencia médica… a familia teve que ligar para o 112 acabando o idoso por morrer à porta do centro de saude…
    nem no tempo de troika as coisas estavam tão mal…

  2. Temos que ser irritantemente optimistas, enquanto não nos toca à porta a desgraça.
    Queriam 35 horas de trabalho !
    Queriam ganhar mais !
    Aí tem o resultado

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