São necessários dois salários mínimos para pagar um lar

O preço de residências sénior tem vindo a aumentar de forma vertiginosa e já está em valores médios entre os 1.315 e 1.675 euros. Já são necessários dois salários mínimos para pagar um lar.

Os lares são cada vez mais caros, com médias mensais entre 1.315 euros e 1.675 euros.

O 3.º Retrato das Residências Sénior em Portugal, divulgado esta terça-feira e realizado pela plataforma Via Sénior e pela BA&N Research Unit, concluiu que a falta de oferta e a pressão da procura se reflete num “aumento generalizado dos preços com mais de 25% das residências a reportarem subidas superiores a 5%”.

De acordo com um comunicado, em dezembro de 2024, mais de 67% das unidades existentes em Portugal têm taxas de ocupação de 100%.

Segundo o estudo, que abrange 2.700 infraestruturas que representam mais de 105 mil camas, adiantou ainda que 22,2% tinham taxas de ocupação entre os 91% e os 99% e apenas 11,1% reportaram vagas, com a generalidade da ocupação a situar-se nos 80%”, indicou.

“Considerando os cerca de 2,5 milhões de residentes em Portugal com mais de 65 anos, a cobertura é pouco superior a 4%, subindo para 8,7% se considerarmos a população idosa com mais de 75 anos”, referem.

A oferta é escassa

De acordo com o estudo, “a pressão da procura reflete-se num aumento generalizado dos preços com mais de 25% das residências a reportarem subidas superiores a 5%”.

Atualmente, o preço médio de alojamento num lar em quarto individual ronda os 1.675 euros, enquanto um quarto duplo custa 1.375 euros e um triplo 1.315 euros. Tendo em conta que o salário mínimo nacional se fixou, este ano, nos 870 euros, já são necessários dois salários mínimos para pagar um quarto num lar.

Segundo o mesmo comunicado,” incapaz de responder ao aumento da procura devido à evolução demográfica e à crescente esperança média de vida, o setor continua sob forte pressão com os valores de alojamento a refletirem também os investimentos associados à melhoria dos serviços prestados aos idosos”.

O estudo lembrou que “a população europeia continua a envelhecer a um ritmo acelerado”, destacando que, segundo os dados do Eurostat em janeiro de 2025, mais de um quinto da população europeia (21,6%) tinham 65 anos ou mais.

Portugal ocupa o terceiro lugar no ‘ranking’ da União Europeia em termos da proporção de pessoas com mais de 80 anos, apenas atrás de Itália e Alemanha.

ZAP // Lusa

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