São como “Estrelas da Morte”: estes buracos negros mudam o alvo dos seus feixes

ZAP // Dall-E-2

Os jatos de partículas de plasma disparados de buracos negros supermassivos podem mudar de direção ao longo do tempo. Uma nova investigação mostra agora que o fenómeno pode ocorrer numa escala de tempo surpreendentemente curta.

Uma equipa de cientistas analisou 16 galáxias com buracos negros supermassivos no seu centro, com a ajuda dos dados obtidos do Observatório de Raios-X Chandra da NASA e da rede Very Long Baseline Array (VLBA) gerida pelo National Radio Astronomical Observatory.

Depois de compararem dados de ondas de rádio (que mostram para onde os jatos estão a apontar) com cavidades no gás quente em torno dos buracos negros (que mostram para onde os jatos apontaram no passado), os investigadores descobriram que “cerca de um terço dos feixes apontam agora em direções completamente diferentes das anteriores”, segundo o astrofísico Francesco Ubertosi.

O investigador da Universidade de Bolonha, que liderou o estudo, comparou estes buracos negros a “Death Stars” (ou “Estrelas da Morte”) da ficção científica, que giram e apontam os seus jatos para novos alvos, tal como a estação espacial fictícia de “Star Wars”.

Esta analogia não só ilustra a magnitude da descoberta, como a natureza dinâmica e imprevisível destes fenómenos cósmicos.

Segundo o Science Alert, cerca de um terço dos jatos estudados (30-38%) parecem ter mudado significativamente de rumo (em 45 graus ou mais) ao longo de um período de 10 milhões de anos ou menos. Esta descoberta peculiar sugere que se trata de uma ocorrência relativamente comum em buracos negros supermassivos.

Em alguns casos, foram observadas mudanças de direcção de quase 90 graus, enquanto os períodos de tempo foram de apenas um milhão de anos. Considerado na escala cósmica, trata-se, na verdade, de um realinhamento bastante rápido.

“Considerando que estes buracos negros têm provavelmente mais de 10 mil milhões de anos, consideramos que uma grande mudança de direção ao longo de alguns milhões de anos será rápida”, salientou o astrofísico Gerrit Schellenberger, do Center for Astrophysics | Harvard & Smithsonian (CfA) nos EUA.

“Mudar a direção dos feixes do buraco negro gigante em cerca de um milhão de anos é análogo a mudar a direção de um novo navio de guerra em poucos minutos“, comparou.

Uma vez que estes jatos dificultam a coalescência do gás e a formação de estrelas, quaisquer alterações na sua orientação têm implicações importantes na composição das galáxias circundantes.

O artigo científico foi publicado no Astrophysical Journal.

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