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Santa Clara vs FC Porto | Fogo de dragão de gelo

José Coelho / EPA

FC Porto somou três preciosos pontos na difícil deslocação aos Açores. Os “dragões” venceram por 2-1, após terem estado em desvantagem, e terminaram o encontro a controlar e com números que mostram uma eficácia defensiva e ofensiva que os homens da casa nunca conseguiram atingir.

Tiquinho Soares e Moussa Marega marcaram os tentos visitantes, em resposta ao golo inaugural de Zé Manuel, numa demonstração de frieza emocional, mas grande ardor na resposta à adversidade. Destaque para o facto de sete jogadores do Porto terem registado ratings superiores a 6.0.

O Jogo explicado em Números

  • Mais Porto no arranque da partida, com os visitantes a registarem impressionantes 75% de posse de bola no primeiro quarto-de-hora, quatro remates, dois enquadrados, três cantos e uma ocasião flagrante desperdiçada por Moussa Marega, para excelente defesa de Marco. Bruno Lamas era o dono do único disparo açoriano, desenquadrado.
  • Aos 26 minutos o Santa Clara poderia ter inaugurado o marcador. Patrick Vieira fugiu pela direita, isolou-se, conseguiu tirar Iker casillas do caminho, mas o seu remate foi interceptado por Éder Militão quando se encaminhava para o fundo da baliza.
  • Os homens da casa começavam, aos poucos, a soltar-se das amarras portistas. Por volta da meia-hora registavam 30% de posse de bola e dois remates, um deles no tal lance perigoso de Patrick, não deixando o Porto registar mais disparos nos últimos 15 minutos.
  • Os “dragões” estavam com dificuldade em sair, os açorianos subiam no terreno com mais confiança e, aos 38 minutos, surgiu o 1-0 para o Santa Clara. Numa boa jogada de combinação pela direita, Martin Chrien cruzou e Zé Manuel, no coração da área, foi mais lesto a atacar a bola e cabeceou para o fundo da baliza portista. Um golo que surgiu ao terceiro remate dos anfitriões, primeiro enquadrado.
  • Curiosidade para o facto de os dois protagonistas do tento inaugural registarem apenas três passes nesta altura, sendo que a assistência de Chrien foi apenas a sua segunda entrega na partida.
  • No entanto, a reacção portista veio rápido. Nos descontos do primeiro tempo, Serginho (entrado para o lugar do guarda-redes Marco, lesionado) fez uma defesa incompleta a remate de Óliver Torres, a bola sobrou para Marega que cruzou para Tiquinho Soares. Este cabeceou com sucesso, ao sexto disparo portista, quarto enquadrado.
  • Empate ao descanso a premiar a boa primeira parte do Santa Clara, apesar do domínio do FC Porto, e a reacção pronta dos “dragões” ao golo dos homens da casa.
  • Os portistas começaram a partida a sufocar o seu adversário, que demorou a soltar-se. Porém, quando o fez, conseguiu sempre criar lances de perigo e chegou mesmo a colocar-se na frente.
  • Mas o poder de fogo dos “azuis-e-brancos” na grande área contrária acabou por garantir o equilíbrio no marcador.
  • O melhor em campo nesta fase era o central Éder Militão. Para além das sete acções defensivas, o brasileiro registou um corte decisivo, a evitar o golo de Patrick Vieira, pelo que chegou ao intervalo com um GoalPoint Rating de 6.4.
  • O reatamento trouxe algum domínio para o Santa Clara, que registava 53% de posse de bola aos 57 minutos. Precisamente na altura em que o Porto chegou ao 2-1. Tiquinho Soares rematou, Serginho voltou a fazer uma defesa incompleta e, novamente, Marega surgiu no sítio certo, desta feita não a assistir, mas a rematar para o fundo da baliza – no segundo remate da segunda parte.
  • O jogo parecia controlado por parte do Porto, mas a verdade é que por volta dos 70 minutos, os homens da casa continuavam a dominar desde o intervalo, com 55% de posse de bola, cinco cantos contra um e mais um remate (5) que os forasteiros. Contudo, o Porto apresentava 100% de eficácia de disparos, ou seja, quatro enquadrados em outras tantas tentativas.
  • Aos poucos notava-se no Santa Clara que os seus jogadores perdiam a objectividade, algo que se reflectia no colectivo e na capacidade de criar perigo. A bola continuava a viajar mais entre os elementos da formação da casa, mas desde os 69 minutos que não conseguiam qualquer remate à baliza de Iker Casillas.
  • Assim, os “dragões” acabaram por segurar a vantagem, com naturalidade e através de uma solidez defensiva e objectividade de processos que lhes conferiram maior competência e eficácia nos diversos momentos de jogo, algo bem patente na maior qualidade no momento do remate.

O Homem do Jogo

O jogo estava difícil para o FC Porto, que estava a perder nos Açores. Até que surgiram os dois jogadores mais avançados dos “dragões”, Marega e Soares, a resolver o problema.

O maliano cruzou e o brasileiro empatou, de cabeça, para os visitantes, e Soares acabou mesmo por ser a grande figura da partida.

Tiquinho terminou o jogo com um GoalPoint Rating de 7.2, tendo enquadrado todos os três remates que realizou, dois deles de cabeça. Para além disso, fez um passe para finalização e ganhou dois de três duelos aéreos ofensivos.

Jogadores em foco

  • Felipe 6.9 – Grande jogo da dupla de centrais do FC Porto, com especial destaque para Felipe. O brasileiro somou nada menos que 16 acções defensivas, das quais nove foram alívios e cinco intercepções. E ainda ganhou os três duelos aéreos defensivos em que participou.
  • Éder Militão 6.8 – O colega de Felipe no eixo defensivo também esteve em grande plano, somando 14 acções defensivas, entre elas quatro intercepções e dois bloqueios de remate, e ainda assinalou a sua exibição com um corte decisivo. Nas alturas ganhou três de quatro duelos aéreos defensivos.
  • Moussa Marega 6.7 – O maliano foi decisivo, ao realizar a assistência providencial para o 1-1 e ao marcar ele próprio o 2-1, e ainda completou duas de quatro tentativas de drible. Voltou a pecar na finalização, ao desperdiçar uma ocasião flagrante de golo, ou teria sido, certamente, o melhor em campo.
  • Iker Casillas 6.4 – O espanhol acabou por não ter assim tanto trabalho quanto a boa réplica do Santa Clara poderia apontar mas, quando chamado a intervir, mostrou grande segurança. No final registou apenas uma defesa, mas somou três saídas pelo ar eficazes e ainda fez um passe para finalização, algo raro num guarda-redes.
  • Zé Manuel 5.8 – O avançado acabou por ser o melhor do Santa Clara, fundamentalmente pelo golo que marcou, num total de dois remates. Tirando isso, pouco mais fez, registando somente 19 acções com bola, tendo ganho apenas um de seis duelos aéreos ofensivos.

Resumo

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