Após uma primeira parte a roçar o medíocre, em que houve mérito do Santa Clara na forma como soube pressionar e comandar o meio-campo – pecando apenas na finalização – e falta de soluções do Benfica em fugir às constantes teias do adversário, a “águia” de Lisboa, qual Fénix, marcou no único remate enquadrado que fez nos primeiros 48’ e ganhou balanço para uma segunda parte demolidora.
Os “encarnados” surgiram mais acutilantes e aproveitaram a preceito as ocasiões criadas. Fizeram mais quatro tentos e até poderiam ter dado outra expressão ao “score” final.
Ao cabo de cinco jornadas, os homens de JJ lideram o campeonato com 15 pontos e ficarão à espera de ver o desfecho do “clássico” de Alvalade. Por sua vez, os açorianos, que ainda não tinham perdido em casa esta temporada em todas as provas, caíram com estrondo e somaram o terceiro desaire nesta edição da Liga Bwin.
Contra a corrente, o Benfica marcou: Grimaldo fez a assistência e Rodrigo Pinho – que já tinha feito o único remate das “águias” lisboetas até então – atirou e abriu a contagem a três minutos do descanso.
A partir do minuto 20, os anfitriões começaram a mandar no encontro face à superioridade exercida na zona central do meio-campo, onde Anderson Carvalho, Morita e Lincoln levavam a melhor sobre Weigl e João Mário, estiveram próximos de marcar em três ocasiões: Cryzan aos 25’, Lincoln em duas ocasiões (30’ e 40’) e ainda viram Vlachodimos travar Mansur aos 27 minutos – ficou a dúvida se o grego deveria ou não ser expulso.
Os comandados de Daniel Ramos jogavam mais e melhor, mas quem tinha a vantagem no marcador eram os lisboetas. Rodrigo Pinho, autor de dois remates, um golo, quatro faltas sofridas e quatro passes aproximativos recebidos, era o elemento com melhor rating – 6.4 – ao cabo dos primeiros 48 minutos de jogo.
O que terá dito JJ aos seus jogadores ao intervalo? Não sabemos, a verdade é que o sermão resultou na perfeição. A equipa surgiu revigorada, denotou um melhor posicionamento, foi mais lesta a contornar a pressão contrária e, voraz, aproveitou o espaço concedido nas costas para dinamitar a teia açoriana.
Após Rodrigo Pinho, que saiu ao intervalo, Darwin bisou, Rafa assinou um golaço e Yaremchuk fez o 0-5 final. Nos nove encontros oficiais realizados até ao momento, o Benfica somou oito vitórias e um empate (ante o PSV).
Melhor em Campo
Darwin Núñez está de volta à competição, após prolongada lesão, e parece estar a aproveitar as oportunidades. Se na primeira parte foi dos poucos a tentar agitar o encontro do lado “encarnado”, surgindo descaído sobre o corredor esquerdo, na segunda foi uma espécie de flecha que cilindrou a defensiva açoriana.
Aos 53 minutos não tremeu e fez o 2-0. Nove minutos depois bisou num lance em que contou com a ajuda involuntária de Boateng.
Saiu aos 63 minutos com a missão cumprida, fruto dois remates, dois golos, oito passes aproximativos recebidos, cinco acções com a bola na área contrária, quatro faltas sofridas, acertando ainda quatro dos cinco dribles que arriscou.
Destaques do Santa Clara
Lincoln 5.8 – Foi a melhor unidade dos açorianos: aos 30 minutos viu a bola embater com estrondo na barra e. aos 40, Vlachodimos voou e negou-lhe a festa. Ao todo realizou três remates, um passe para finalização e recuperou cinco passes aproximativos.
Luiz Phellype 5.4 – Reforço sonante, teve 31 minutos para mostrar serviço, com um remate que Vlachodimos defendeu para canto. Levou a melhor em metade dos quatro duelos aéreos ofensivos em que interveio (2).
Destaques do Benfica
Grimaldo 7.5 – A três minutos do intervalo abriu o caminho para o tento de Rodrigo Pinho. Com mais liberdade para atacar na segunda parte, ofereceu o 0-5 a Yaremchuk. Além das duas assistências – Expected Assists (xA) de 1,1 -, foi responsável por quatro passes para finalização, nove passes valiosos, nove aproximativos, quatro super aproximativos e três conduções aproximativas.
Rafa 7.0 – Foi determinante para a melhoria de produção da equipa nos últimos 47 minutos. Com liberdade total de movimentos, surgiu diversas vezes no corredor central, onde fez estragos. O golaço que apontou é disso exemplo. Ao todo, fez três remates, recebeu seis passes aproximativos e foi 100% eficaz nos três dribles tentados.
Vertonghen 6.8 – Foi o patrão da defesa. Aos 20 minutos fez um corte crucial, recuperou a posse em seis ocasiões, fez dois desarmes, três intercepções e seis alívios.
Morato 6.7 – Mais uma “performance” segura do jovem central, que se destacou no capítulo do passe – sete aproximativos e sete longos certos em 11 tentados -, fez seis alívios, dois remates bloqueados e foi o elemento em campo com mais acções com o esférico: 100.
Lucas Veríssimo 6.7 – Do Brasil para São Miguel. Sai de cena com uma assistência, quatro recuperações da posse, quatro alívios e dois remates bloqueados.
Vlachodimos 6.7 – Gritou presente quando a equipa esteve encostada “às cordas” – finalizou o duelo com cinco intervenções, duas a remates no interior da área “encarnada”. Fica ainda ligado ao lance mais discutido, aos 27 minutos, com Mansur.
Weigl 6.6 – Ofereceu o 0-3 a Rafa e soube dar critério às movimentações da equipa, e também melhorou após o intervalo. Realce, igualmente, para as quatro variações de flanco, cinco intercepções e cinco acções defensivas no meio-campo contrário.
Rodrigo Pinho 6.4 – Ficou no banco ao descanso por opção do treinador, mas nos 47 minutos em que actuou foi a melhor unidade em campo, com dois remates, um golo, oito acções com a bola na área contrária, quatro faltas sofridas. Foi inteligente nos movimentos, surgindo muitas vezes no espaço entre linhas.
Yaremchuk 6.1 – Vinte e sete em jogo, um remate, um golo e dois passes valiosos.
Everton 6.0 – Sem brilho na primeira metade, ressurgiu com outra vitalidade, lançou Darwin com uma assistência para o 0-2 e deixou pinceladas do jogador que brilhou no Grémio e na selecção do Brasil. A rever, os cinco desarmes sofridos.
Lázaro 4.9 – Fez os primeiros 19 minutos com as cores das “águias”: contabilizou 18 acções com a bola, um passe valioso, duas recuperações da posse e teve uma eficácia de 92% no capítulo do passe (12 certos em 13 tentados).
Resumo
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