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Santa Clara 0-1 Porto | Magia de Díaz resolve jogo pobre

Missão cumprida. O Porto viajou até aos Açores para defrontar o Santa Clara e leva na bagagem os três pontos. Mas não o conseguiu com brilhantismo, longe disso.

A eficácia foi a palavra de ordem, num jogo pobre, sem momentos de bom futebol com excepção para o grande golo de Luis Díaz, o único da partida, que decidiu a contenda.

Os “dragões” dominaram, ganharam na luta, mas nos momentos ofensivos tudo foi cinzento e não passaram dos quatro remates – pior registo da equipa da Invicta na Liga NOS desde que há dados GoalPoint.

O jogo explicado em números

  • Mehdi Taremi e Marko Grujić foram as grandes novidades apresentadas por Sérgio Conceição relativamente ao triunfo em casa ante o Portimão. A dupla começou o encontro nos Açores, nas vezes de Moussa Marega e Uribe, respectivamente. Um 4-3-3 pronunciado e talhado para a dura batalha que se adivinhava.
  • Os primeiros minutos foram algo confusos, uma vez que o Santa Clara soube recuar e preencher bem os espaços na defesa e meio-campo. Ao primeiro quarto-de-hora, os “dragões” tinham 60% da posse de bola, mas apenas um remate, menos que os dois dos açorianos. Porém, nenhum enquadrado nesta fase. Ainda assim, os portistas registavam já cinco acções na área anfitriã, o que fazia antever problemas para os da casa.
  • Pouco mudou até aos 30 minutos. Muita luta, duelos individuais e o Santa Clara a travar quase todas as investidas dos portistas, registando nesta fase já dez desarmes e seis intercepções. O Porto continuava com bola (63%), mas sem conseguir rematar (1). O jogo, esse, era quase de sentido único, com os visitantes a somarem 12 passes ofensivos valiosos (eficazes e a menos de 25 metros da baliza contrária), contra apenas um do Santa Clara.
  • Rafael Ramos, com um rating de 5.8, ia-se destacando nos desempenhos individuais, tendo pela frente um Luis Díaz muito activo. O lateral-direito dos açorianos registava já quatro desarmes nesta fase, não espantando que o extremo colombiano do Porto somasse apenas dois dribles completos em seis tentativas.
  • Mas na área, as coisas correram melhor. Nos descontos, Manafá cruzou da direita e Luis Díaz, com uma “acrobacia”, rematou colocado para o 1-0 (certamente um dos golos da época), ao primeiro remate enquadrado dos “dragões” na partida, no seu segundo disparo. A vida não estava fácil, mas a eficácia ajudou.
  • Jogo pouco interessante nos Açores, pautado por muita luta, duelos individuais e um Santa Clara muito recuado, a complicar a tarefa portista no último terço. Por isso mesmo, os portistas tiveram muita bola, mas chegaram ao intervalo apenas com dois remates, um deles à baliza. E foi o suficiente, pois esse lance, o último do primeiro tempo, ditou o único golo até então, da autoria de Luis Díaz. O colombiano foi o melhor nesta primeira metade com um GoalPoint Rating de 6.6, fruto do grande golo que marcou, dos 11 passes certos em 12 e dos dois dribles eficazes em seis, mas também das oito recuperações de posse.
  • No primeiro quarto-de-hora do segundo tempo simplesmente não houve remates. O figurino incaracterístico do jogo aprofundou-se, com o Porto a controlar e o Santa Clara a tentar timidamente reagir à desvantagem, mas sem mostrar qualidade ofensiva para conseguir colocar em cheque o último reduto contrário.
  • Excelente Manafá nas investidas ofensivas. O lateral fez a assistência para o golo portista e, aos 70 minutos, registava já três cruzamentos de bola corrida, dois eficazes, 45 passes certos em 49 e um drible eficaz. O defesa era um dos melhores do Porto, numa altura em que os “dragões” haviam conseguido anular as principais tentativas de reacção contrária.
  • O Santa Clara terminou o jogo a equilibrar em termos de posse de bola, mas apesar de ter conseguido atacar mais nessa etapa final do que em praticamente todo o jogo (chegou aos sete remates, mais do que o total portista), nunca conseguiu criar verdadeiro perigo. O Porto conseguiu, assim, sair por cima num jogo de muita luta e decidido por um momento de inspiração de um jogador: Luis Díaz.

Fernando Veludo / Lusa

O melhor em campo GoalPoint

O melhor elemento nos Açores, e com uma certa margem. Luis Díaz nem sempre conseguiu levar a melhor no duelo com Rafael Ramos, em especial no drible, mas teve a inteligência suficiente para fugir da linha lateral esquerda e integrar-se bem na área contrária. E aí decidiu, com um golo acrobático.

O GoalPoint Rating de 7.0 reflecte também quatro dribles eficazes, dois no último terço, 11 recuperações de posse, quatro acções defensivas no meio-campo contrário e quatro bloqueios de passe/cruzamento.

Jogadores em foco

  • Wilson Manafá 6.6 – O lateral prossegue o bom arranque de temporada. Nas subidas no terreno foi um perigo constante e foi ele o autor da assistência para o golo de Díaz. No final registou 91% de eficácia de passe, dois cruzamentos certos em três e dois dribles completos em três tentativas.
  • Mikel Villanueva 6.3 – Jogo competente do central venezuelano. Nos momentos de maior pressão portista esteve sempre muito atento, terminando com 95% de certeza de passe, nove entregas longas certas em 11, 12 passes progressivos eficazes, quatro intercepções e três bloqueios de passe/cruzamento.
  • Chancel Mbemba 6.2 – Seguro na retaguarda, com oito acções defensivas, Mbemba esteve muito bem no passe, com oito longos certos em 12 e 13 passes progressivos completos.
  • Sérgio Oliveira 6.1 – Desta vez o médio não marcou nem assistiu, mas manteve a sua influência. Para além de cinco passes ofensivos valiosos, Oliveira somou três acções com bola na área contrária, completou dois de três tentativas de drible e realizou dois desarmes.
  • Carlos Júnior 5.9 – Jogo conseguido do ala esquerdo. Foi o jogador que mais rematou (3), embora sem enquadramento, e ajudou no processo defensivo com quatro intercepções.
  • Otávio 5.9 – Este talvez não fosse o jogo ideal para o brasileiro, dada a característica de luta e menor criatividade do encontro. Mas Otávio voltou a estar bem, com quatro passes valiosos, 85% de eficácia de passe e quatro dribles eficazes em cinco.

Resumo

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