Apenas uma das propriedades da Santa Casa da Misericórida de Lisboa que foram a leilão foi vendida. Os leilões fazem parte do plano de reestruturação financeira.
A segunda hasta pública de 2025 da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), realizada esta terça-feira, terminou aquém das expectativas, com apenas um imóvel vendido por pouco mais de 59 mil euros. O leilão, que incluía cinco propriedades, tinha um valor base de licitação acumulado superior a 18,5 milhões de euros, mas a falta de propostas inviabilizou a venda da maioria dos bens.
O único imóvel vendido foi uma moradia degradada em São João do Tojal, Loures. A disputa ficou entre duas empresas, a Querida Ambição, Lda e a ImprovisaMétodo, Lda. A primeira acabou excluída por não apresentar as certidões necessárias, permitindo à ImprovisaMétodo arrematar o imóvel por 59 400 euros, apenas 25 euros acima do valor base de licitação, relata o Público.
Os restantes imóveis, incluindo três situados em Lisboa e um apartamento no Seixal, não receberam qualquer proposta. Entre eles, destacava-se um grande terreno na freguesia da Ajuda, avaliado em 13,3 milhões de euros. Esta foi a segunda vez que o terreno falhou em leilão, pois já tinha sido colocado à venda em janeiro sem sucesso.
A SCML tem realizado estes leilões como parte de um plano de reestruturação financeira, apresentado em junho de 2023 pelo provedor Paulo Sousa. A estratégia inclui a racionalização de recursos, fusão de serviços e aposta em novos jogos sociais, com o objetivo de equilibrar as contas até 2027. No entanto, a alienação de património tem encontrado dificuldades.
Em janeiro, uma hasta pública anterior conseguiu melhores resultados, com a venda de um prédio na Avenida José Malhoa por 11 milhões de euros à Ordem dos Enfermeiros e outros três edifícios em Oeiras por 910 mil euros. Para esta nova tentativa, a SCML incluiu dois prédios em Lisboa, um na Avenida Almirante Reis (3,3 milhões de euros) e outro na Rua Luciano Cordeiro (1,6 milhões de euros), mas nenhum deles atraiu licitantes.
Apesar do regulamento permitir a venda direta dos imóveis não adjudicados, a Santa Casa informou que pretende insistir em futuras hastas públicas. Ainda não há data definida para a próxima tentativa de venda.