Sangue de ratos jovens prolonga a vida dos mais velhos

Um estudo recente levado a cabo por investigadores da Universidade de Duke e da Universidade de Harvard revelou os potenciais efeitos rejuvenescedores do sangue jovem em ratos mais velhos.

O estudo exigiu que se unisse cirurgicamente ratos velhos, com 20 meses de idade, a ratos jovens, com três meses de idade, ou a outros ratos velhos durante um período de três meses. Depois, os investigadores mediram o tempo de vida dos ratos velhos para determinar se os efeitos rejuvenescedores persistiam.

Os resultados foram notáveis, constata a New Scientist. Os ratos velhos que tinham estado ligados aos ratos jovens viveram, em média, mais seis semanas do que os ratos ligados a outros ratos velhos, o que indica um aumento do tempo de vida de cerca de 5%.

Embora este efeito seja menor do que a extensão conseguida através da restrição calórica (até 27% mais tempo de vida nos ratos), um aumento de 5% no tempo de vida humano pode significar mais quatro ou cinco anos, o que torna esta descoberta promissora.

A análise revelou que os ratos pareciam até 30% mais jovens do que os que estavam unidos a ratos velhos, tanto imediatamente após a separação como dois meses depois. Os resultados do estudo foram publicados esta mês na revista científica Nature Aging.

Os efeitos rejuvenescedores nos ratos velhos foram também evidentes a nível genético. Os ratos anteriormente ligados a ratinhos jovens apresentavam expressões genéticas alteradas, com maior expressão de certos genes do metabolismo e menor expressão de genes da inflamação.

Os investigadores especulam que o sangue jovem pode conter células, proteínas ou outros componentes com propriedades rejuvenescedoras que fluem para os ratos velhos, contribuindo para os efeitos observados. Outra explicação possível é que os rins e fígados mais saudáveis dos ratos jovens ajudam a filtrar ou diluir o sangue dos ratos mais velhos.

Embora estudos anteriores tenham explorado o potencial das transfusões de sangue jovem para inverter o envelhecimento em seres humanos, os resultados têm sido mistos. Alguns ensaios clínicos não produziram benefícios significativos. No entanto, os investigadores acreditam que a exposição constante a todos os componentes do sangue jovem no procedimento de parabiose pode ser a chave para o sucesso.

Apesar das descobertas promissoras, alguns especialistas advertem contra a utilização do sangue como tratamento anti-envelhecimento, sublinhando preocupações éticas e o potencial desvio de recursos que salvam vidas para longe dos doentes necessitados.

ZAP //

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