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Quadros superiores: quando um português recebe 1000 euros, uma portuguesa recebe 750

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Estudo revela que, em Portugal, as mulheres recebem em média um salário 13% mais baixo do que os homens. Salário médio caiu 4,5%.

As mulheres continuam a ser mais mal pagas que os homens, tendo salários base, em média, 13% inferiores, uma diferença salarial que aumenta entre os mais qualificados, mostra um estudo da CGTP, feito por ocasião da semana da igualdade.

No documento, a CGTP analisa estatísticas oficiais, indicando que o salário médio do conjunto da economia caiu 4,5% em termos reais em 2022 face ao ano de 2021, sendo a queda dos trabalhadores da Administração Pública maior (-5,7%) que a do setor privado (-3,6%).

Neste contexto de perda de poder de compra generalizado, “as mulheres trabalhadoras são ainda mais mal pagas que os homens trabalhadores”, sublinha a intersindical.

De acordo com a análise, as mulheres têm “salários base 13% mais baixos, numa diferença que em 2021 atingiu os 153 euros, em média, mas que entre os quadros superiores rondou os 600 euros”.

“É precisamente entre os trabalhadores mais qualificados que o diferencial é maior em termos percentuais: 24,5% entre os quadros superiores, 14% entre os quadros médios e 16,5% entre os profissionais altamente qualificados”, pode ler-se no documento.

Já a diferença salarial entre os trabalhadores e trabalhadoras não qualificados é de 6,8% “devido à existência do salário mínimo nacional, onde as mulheres trabalhadoras são 52%”, acrescenta a central sindical.

Cerca de 30% das mulheres do setor privado ganham o salário mínimo nacional, face a 23% no caso dos homens, refere a CGTP citando dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social referentes a julho de 2021.

No que diz respeito ao trabalho a partir de casa e ao teletrabalho, no 4.º trimestre do ano passado, 454,6 mil mulheres (18,7% do emprego feminino) fizeram-no a partir de casa, 28% das quais sempre, 29% regularmente em diferentes modalidades, 28% fora do horário de trabalho e 14% pontualmente indica a CGTP.

O estudo refere ainda que perto de um milhão e 800 mil trabalhadores por conta de outrem trabalham por turnos, à noite, ao sábado ou domingo ou numa combinação destes tipos de horários, dos quais 872,6 mil são mulheres (49% do total).

A CGTP realiza a 10.ª edição da semana da igualdade entre 06 e 10 de março com várias iniciativas no país, entre concentrações, greves, desfiles e manifestações, em especial no dia 08, Dia Internacional da Mulher.

A 10.ª semana da igualdade da CGTP terá como lema “salários a aumentar para a vida mudar e a igualdade avançar”.

// Lusa

2 Comments

  1. Paguem os mesmos salários! Não faz sentido existirem diferenças de salário neste tipo de trabalhos , salvo nos trabalhos braçais ultra pesados…. …o bom senso deve imperar sempre…

  2. Usar numeros soltos nada traz. Estatiscas sem contexto só servem para criar confusão.

    A lei 60/2018 torna ilegal pagar salario diferente entre pessoas para a mesma tarefa.
    Mulher, homem tem de ter o mesmo salario para a mesma função, a ACT anda constamente em cima disto.
    E o onus de provar que tem salarios paritarios é da empresa, ou seja a ACT não tem de provar a ilegalidade, é a empresa que tem de provar que esta legal.

    Por causa desta lei, os numeros deste estudo parecem estranhos, estamos a falar de todas as empresas em PT? ou de empresas ilegais?
    Ou o mais provavel, de cenarios misturados para dar uma narrativa?
    Pegar em funções diferentes e\ou em empresas diferentes e juntar dados para criar um quadro de diferença salarial

    Qual é a intenção?
    Um tecnico superior deve ganhar o mesmo que uma medica? São ambos quadro superiores
    Uma advogada deve ganhar o mesmo que um Juiz? São ambos quadros superiores qualificados, até podem ambos trabalhar para a mesma empresa (estado)
    Um engenheiro deve ganhar o mesmo que uma directora? São ambos quadros superiores…

    Se calhar defendem o modelo salarial cubano, de todos receberem o mesmo independentemente da função ou da empresa ou genero ou experiencia…

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