Mariscal / EPA

O primeiro-ministro, Pedro Sánchez
O Governo espanhol e as principais confederações sindicais chegaram esta quarta-feira a acordo para aumentar o salário mínimo obrigatório em 35 euros.
Atualmente, o salário mínimo em Espanha é de 965 euros por mês. Agora, vai subir para mil euros por mês, uma medida que abrange mais de 1,8 milhões de pessoas naquela que é a terceira subida desde que Pedro Sánchez chegou ao Governo.
Segundo a TSF, o novo valor será aprovado em Conselho de Ministros no dia 22 e a medida terá caráter retroativo a partir de 1 de janeiro deste ano.
O acordo satisfez os sindicatos na concertação social, mas as associações patronais rejeitaram, considerando que é inaceitável para as empresas neste momento. Os empresários justificam a decisão com a inflação.
“A patronal espanhola sabe que as causas da inflação no nosso país não são os salários dos trabalhadores”, contrapôs a ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, em conferência de imprensa.
“Cientificamente não é bom só para os trabalhadores e as trabalhadoras afetadas. É bom para a economia. Se um trabalhador ou uma trabalhadora tem um rendimento mínimo de mil euros, obviamente vai poder consumir um bocadinho mais. E isto é ciência”, acrescentou ainda a responsável.
O Partido Popular é contra a medida, que, diz, vai criar desemprego.
“Não é verdade que o impacto do salário mínimo destrua emprego no nosso país. E se nesta altura, com uma subida de 40% do salário mínimo nos últimos 5 anos e com um ritmo de recuperação de emprego depois da crise como o que vivemos, isto não ficou esclarecido, então não estamos a falar de dados, falamos de teologia, de fé”, explicou Unai Sordo, dirigente do sindicato Comisiones Obreras.
Já Pepe Álvarez, do sindicato União Geral de Trabalhadores, lembrou que a subida do salário mínimo até aos mil euros mensais era um compromisso que a patronal já tinha assumido em 2018 e foi sucessivamente adiado.
“É uma subida efetiva, porque os trabalhadores vão vê-la no recibo de ordenado, mas também simbólica, porque acabámos de quebrar um teto difícil de quebrar”, apontou.
O Governo espanhol mantém o compromisso de continuar com as subidas salariais até alcançar 60% do ordenado médio, como recomenda a Carta Social Europeia. “Espanha tem de deixar de ser uma anomalia”, indicou Yolanda Díaz , esta quarta-feira.
É bem!