ZAP // Flight Radar

Porque é que os aviões não circulam em linha reta, mesmo quando as condições climatéricas o permitem? Às vezes, dar uma curva poupa quilómetros — o globo ilude-nos.
Se já fez uma viagem pelo Pacífico de avião, pode ter-se apercebido de que o seu voo não foi feito em linha reta. Geralmente, a maioria dos aviões, quando passam no maior oceano da Terra, fazem uma curva, contornando a grande massa de água.
Uma das razões é evidente: se houver uma emergência, ao atravessar o gigante Pacífico poucas ilhas existem que possam fornecer assistência. Se circular mais a norte, porém, há vários aeroportos — nos EUA e na Rússia, por exemplo — onde o avião pode aterrar de emergência.
Mas há uma razão matemática maior por trás desse circuito. E até tem nome: rota do grande círculo. A Britannica define-a como o percurso mais curto entre dois pontos da superfície de uma esfera.
Na verdade, ao contrário do que vemos num mapa, a distância, no globo terrestre, de um ponto ao outro não é mais curta se for feita em linha reta. Como o mundo é uma esfera, a distância até acaba mesmo por ser maior, em viagens longas, se o percurso foi feito dessa maneira.
O tráfego aéreo de longa distância usa assim, geralmente, rotas de grandes círculos, o que permite poupar tempo e combustível.
Great Circle Map

A rota mais curta para uma viagem Porto-Nova Iorque
Se um avião curvar o seu circuito, estará a evitar percorrer um caminho mais longo. O site Great Circle Map mostra-lhe a rota do grande círculo para o percurso entre quaisquer dois aeroportos do globo. Por exemplo, ir do Porto Até Nova Iorque é mais perto — só tem de percorrer 5347 km — se utilizar um percurso curvo.
Há muita matemática na aviação — e nos mapas, que não correspondem à realidade esférica do globo. Por isso, se o seu voo der uma volta, não se preocupe , o piloto não se perdeu — está só a economizar tempo e combustível.