Um novo relatório elaborado pela subcomissão polaca que investiga o desastre aéreo de Smolensk, em 2010, no qual morreu o então Presidente Lech Kaczynski e outras 95 pessoas, concluiu que houve sabotagem e “duas explosões” no avião.
O responsável do grupo que investiga o caso, Antoni Macierewicz, apresentou hoje, coincidindo com o aniversário do desastre, um relatório que “invalida o de 2011” e sustenta a tese de sabotagem.
Em 10 de abril de 2010, um avião Tupolev Tu-154 da Força Aérea Polaca, que transportava o então Presidente Kaczynski, bem como 88 outras personalidades políticas e eclesiásticas e militares polacos, além da tripulação, despenhou-se na base aérea russa em Smolensk.
A delegação polaca estava a chegar ao local por ocasião do 70.º aniversário do massacre de Katyn, no qual elementos do exército soviético executaram cerca de 4.400 prisioneiros polacos.
Jaroslaw Kaczynski, atual vice-presidente do Governo e líder do partido ultraconservador Lei e Justiça (PiS), irmão gémeo do falecido Lech, tem insistido que foi sabotagem e acusou o Governo do primeiro-ministro da altura, Donald Tusk, de encobrir os acontecimentos em conluio com Moscovo.
Também o responsável pela investigação do desastre considera que a Rússia tem tentado “esconder, destruir e modificar” as provas do caso, nomeadamente ao impedir os investigadores polacos de aceder a todos os registos de voo e a análise laboratorial dos restos da aeronave.
Uma investigação anterior, publicada em 2011, apontava como causa do acidente a descida do avião durante a descolagem e uma colisão com árvores próximas.
Em declarações à rádio pública polaca, hoje, depois de divulgado o novo relatório, Jaroslaw Kaczynski insistiu que foi “um ato de agressão contra a Polónia”.
O Presidente polaco, Andrzej Duda, tinha já anunciado que a Polónia pretende apresentar a um tribunal internacional o massacre de Katyn, ocorrido em 1940, como parte de uma série de massacres de prisioneiros e oficiais polacos pelo exército soviético.
“O genocídio não prescreve”, sublinhou Duda, “é por isso que vou exigir que os tribunais internacionais elucidam esta questão.
// Lusa