Fabricante alemã de armas Rheinmetall ganhou importância na defesa da Europa durante a guerra na Ucrânia. Segundo a imprensa norte-americana, plano foi descoberto pelos serviços de inteligência dos EUA.
Serviços de inteligência dos Estados Unidos descobriram que a Rússia planeava assassinar o CEO da fabricante alemã de armas Rheinmetall, que tem abastecido a Ucrânia com armas para a guerra, informaram esta quinta-feira órgãos de comunicação norte-americanos.
O plano para assassinar Armin Papperger seria um de uma série de outros assassinatos de empresários do setor bélico europeu planeados pelo governo russo em retaliação pelo apoio a Kiev, e teria sido descoberto no início do ano, conforme relatado à CNN por fontes oficiais anónimas de governos do Ocidente.
Em comunicado, a Rheinmetall afirmou que adota “sempre” as “medidas necessárias” em conversas com autoridades de segurança.
Segundo o semanário alemão Der Spiegel, a sede da empresa já era protegida desde janeiro por uma viatura policial e dois agentes armados.
Procuradas pela agência Reuters, a Embaixada da Rússia em Washington e o governo russo não se pronunciaram sobre o caso, que também foi noticiado pelo jornal The New York Times e pelo semanário The Economist.
O Der Spiegel afirma que autoridades alemãs de segurança teriam sido alertadas há cerca de dois meses sobre uma possível ameaça, mas sem informações concretas sobre o tipo de atentado planeado ou suspeitos.
Ao comentar os planos para assassinar o empresário, a ministra alemã dos negócios Estrangeiros, afirmou que a Rússia trava uma guerra híbrida que inclui ciberataques e atos de sabotagem.
“Isso reforça mais uma vez que nós, como europeus, temos de nos proteger o melhor que pudermos e não ser ingénuos”, disse Annalena Baerbock.
Um porta-voz do ministério alemão não quis comentar a notícia, mas frisou que as autoridades de segurança do país “estão muito vigilantes e agem de acordo”, e que o governo “não se deixará intimidar por ameaças russas”.
Empresa é gigante no ramo
Uma das maiores fabricantes mundiais de munições e tanques de artilharia, a Rheinmetall começou a aumentar sua produção após a Rússia invadir a Ucrânia, no início de 2022.
Em maio de 2023, a empresa anunciou ter criado uma joint venture com a ucraniana Ukroboronprom para construir e consertar tanques e, em fevereiro deste ano, divulgou planos para abrir uma fábrica de munições no país.
Dois meses depois, Papperger viu um de seus imóveis pegar fogo após um atentado cujas circunstâncias ainda não foram esclarecidas.
Recentemente, a empresa foi encarregue de produzir até 8,5 mil milhões de euros em munições e 3,5 mil milhões de euros em veículos militares para as Forças Armadas da Alemanha.
// DW