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Rússia admite responsabilidade pelo maior derrame de petróleo no Ártico

O vice-ministro para Emergências da Rússia, Alexander Chupriyan, afirmou que “na história da humanidade, tal quantidade de combustível líquido, de diesel, nunca fluiu para fora. Já o apanhamos na zona ártica”, revelou a agência de notícias estatal RIA Novosti.

O vazamento no Ártico no início deste ano marca um dos desastres naturais relacionados ao petróleo mais significativos da história. Cerca de 21 mil toneladas de petróleo vazaram na região devido a um tanque de armazenamento com defeito, lembrou a Interesting Engineering.

Os tanques de retenção estavam sob propriedade da Nornickel, uma empresa russa de metais, e o vazamento teve um efeito peculiar na água da região.

No início de 2020, Fabienne Lang, da Interesting Engineering, relatou que “imagens impressionantes de dois rios, o Ambarnaya e o Daldykan, tiradas de cima, pareciam pertencer a um filme de mistério sobre um assassinato. Em vez de água límpida a correr entre ambos nas margens, veem-se veias de água vermelho-sangue”.

Enquanto a investigação sobre a falha do tanque está em andamento, as autoridades acreditam que as falhas na sua construção contribuíram para o desastre.

A fundação do tanque foi construída com colunas de concreto que deveriam cortar o solo e apoiar-se nas rochas. Os investigadores descobriram que várias dessas colunas eram mais curtas do que deveriam e que, provavelmente, repousavam sobre pergelissolo (um tipo de solo constituído por terra, gelo e rochas congelados). A região teve um inverno particularmente quente em 2019, o que pode ter enfraquecido a fundação.

Quanto ao vazamento, as autoridades russas afirmaram que o petróleo foi isolado na região ártica e que a microflora das águas circundantes se está a adaptar.

No início deste ano, o Governo russo aplicou à Nornickel uma multa de 2 mil milhões de dólares (cerca de 1,6 mil milhões de euros) pelo vazamento, algo que a empresa contesta.

Taísa Pagno //

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