“Rússia prepara ataque no flanco leste da NATO”, avisa o presidente da Airbus

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Kandschwar / Wikipedia

Rene Obermann, presidente da Airbus

Há “fortes indícios” de que Vladimir Putin se prepara para testar a força da Europa, em tempos de tensão com os EUA, atacando o “flanco leste da NATO”, alerta o presidente da Airbus, René Obermann.

Putin pode aproveitar este momento de “fraqueza” na aliança entre a Europa e os EUA para “construir uma ponte terrestre estratégica através do Desfiladeiro de Suwałki”, corredor ao longo da fronteira polaca com a Lituânia que liga o enclave russo de Kaliningrado, no Mar Báltico, à Bielorrússia, estado aliado da Rússia.

O alerta é feito pelo presidente do Conselho de Administração do grupo europeu Airbus, que actua no sector aeroespacial e na defesa, em entrevista ao jornal de negócios alemão Handelsblatt, que é citada pela revista Fortune.

“Há fortes indícios de que a Rússia está a preparar um ataque ao flanco leste da NATO”, salienta Obermann, notando que Putin não deverá esperar que a Europa tenha tempo suficiente para se rearmar, e para alinhavar uma nova estratégia de defesa sem contar com o apoio dos EUA.

Putin vê a NATO cada vez mais enfraquecida, porque a solidariedade de Trump com a Europa é instável, para dizer o mínimo”, acrescenta.

Esse eventual ataque na Europa de Leste abriria uma nova frente de guerra para a Rússia numa altura em que se discute um acordo de cessar-fogo na Ucrânia, com a intermediação de Trump.

A paz não parece dar jeito a Putin, que colocou a Rússia em “Estado de guerra”, com a economia totalmente focada no esforço militar. O fim do conflito na Ucrânia poderia resultar em tensões políticas internas que o Presidente russo não deseja.

Putin deverá enfrentar “pressão interna” para “entregar novas vitórias através da conquista militar”, analisa o presidente da Airbus.

Obermann nota ainda que a Rússia tem previsto realizar um exercício militar conjunto com a Bielorrússia, realçando que “isto faz lembrar os acontecimentos que levaram à invasão da Ucrânia”.

Europa não pode ser “negligente”

Neste contexto, o presidente da Airbus alerta para a importância de a Europa se rearmar, temendo que os EUA não cumpram as obrigações de apoiar os aliados da NATO que constam do artigo 5 do acordo da Aliança Atlântica.

Seria extremamente negligente se não nos preparássemos para o cenário de os EUA retirarem parcial ou totalmente as suas forças”, diz.

Para Obermann é claro que a aliança europeia precisa de desenvolver urgentemente uma “estratégia de dissuasão própria, completa com armas nucleares tácticas fornecidas pelos franceses”.

Mas a Europa também devia cooperar com os americanos sempre que necessário, por exemplo, no posicionamento de mísseis de cruzeiro Tomahawk, capazes de atingir alvos distantes na Rússia, constata.

ZAP //

5 Comments

    • Ai é? Ele deveria continuar a fornecer armas (à borla) à Ucrânia até não haver mais ninguém nem nada nesse país devastado pela guerra e pela corrupção? Grande ideia!

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      • TODAS as críticas que puderem ser feitas à Ucrânia, podem ser feitas, em grau superior, à Rússia.
        Ex: há corrupção na Ucrânia? Sim, mas na Rússia há muito mais.

    • Trump é um émpresario…político por natureza. Putin é um penssador líder o que se merece ser chefe supremo da Rússia e olha lá da Europa. Pena eu não estar cá para o ver. Olé Putin

  1. E provas?
    E a AIRBUS não tem interesse nehum no aumento exponecnial dos custos com a defesa na Europa.
    Este aviso é só mesmo porque o Sr. é bonzinho.
    O Putin é o que é e o Trump também. Mas e estes?
    É só interesses e dinheiro e o “Povo” que vá morrendo por esse Mundo fora (sim que a guerra não é so na Europa, infelizmente) para estes viverem que nem “nababos”.

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