“A Alemanha está de volta”. Merz investe 500 mil milhões no país e quer ajudar na defesa da Europa

Hannibal Hanschke / EPA

O novo chanceler da Alemanha, Friedrich Merz

Novo chanceler quer mexer no “travão da dívida” e rearmar a Alemanha. Acordo com os Verdes foi uma vitória para a CDU e uma “contribuição para a defesa da liberdade e da paz na Europa”. Merz deixa mensagem aos “inimigos”.

“A Alemanha está de volta”, disse o Friedrich Merz em Berlim, na sexta-feira, citado pelo The Guardian. “A Alemanha está a dar a sua grande contribuição para a defesa da liberdade e da paz na Europa”.

Eleito novo chanceler da Alemanha, Merz precisava do apoio dos Verdes para fazer aprovar um pacote de investimento de 500 mil milhões de euros em infraestruturas e reformas. Obteve-o esta sexta feira, depois de uma reunião que se prolongou pela noite dentro.

O dinheiro será investido ao longo de 10 anos, e o acordo pressupõe ainda um aumento dos gastos com defesa, o que Merz garante que será uma “contribuição para a defesa da liberdade e da paz na Europa”.

Este pacto, diz ainda, é “uma mensagem clara para os nossos parceiros… mas também para os inimigos da nossa liberdade: somos capazes de nos defender”.

Lars Klingbeil, presidente do Partido Social-Democrata, que alinhou no acordo, afirmou que este enviava um “sinal histórico” para a Alemanha, que tornaria o país mais forte e “reforçaria também o papel da Alemanha na Europa”.

Para fazer o acordo, era necessária um alteração constitucional que permita ao governo mexer no “travão da dívida”, uma medida que impede os gastos públicos excessivos, devido à situação de crise que o país enfrenta.

Para obter essa alteração constitucional, Merz precisava de reunir 2 terços da Assembleia a apoiar a medida, o que só seria possível com a ajuda dos Verdes, uma vez que o partido de extrema-direita AfD e o partido de esquerda se opõem às medidas.

O partido ambientalista não estava inicialmente para aí virado, mas a conservadora CDU soube como o aliciar: duplicou para 100 mil milhões de euros o investimento em medidas de proteção do clima.

As propostas preveem que as despesas com a defesa fiquem isentas do travão da dívida, protegido constitucionalmente, quando excedem 1% do PIB.

Segundo avança a Reuters, a notícia do acordo fez subir as taxas de juro das obrigações do Tesouro da zona euro, as ações e o euro, na expetativa de que o plano de empréstimo possa impulsionar a economia europeia em geral.

ZAP //

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