O aeroporto de Grozny para onde voava o avião da Azerbaijan Airlines que se despenhou esta quarta-feira tinha implementado um plano contra ataques de drones ucranianos na região russa da Chechénia. Vieram memórias do MH17.
A agência russa de aviação Rosaviatsia reconheceu, na sexta-feira, que a queda de um avião da Embraer no Cazaquistão, que matou 38 pessoas, aconteceu numa altura em que estava em curso na região uma operação militar no contexto da guerra na Ucrânia. No entanto, a agência num responsabilizou diretamente a Rússia.
Inicialmente, as causas sugeridas para acidente foram a colisão com um bando de pássaros ou a explosão de um tanque de oxigénio.
No entanto, poucas horas depois, começaram a circular nas redes sociais vídeos que mostravam marcas semelhantes ao impacto de estilhaços de um míssil antiaéreo na fuselagem do avião.
“A situação na zona do aeroporto de Grozny era extremamente complexa. Nessa altura, os drones ucranianos realizavam ataques terroristas contra as cidades de Grozny e Vladikavkaz”, admitiu o responsável da Rosaviatsia, Dmitri Yadrov, citado pela agência russa de notícias TASS.
Por isso, observou, o aeroporto de Grozny ordenou “a saída imediata de todas as aeronaves daquela zona”.
Segundo Yadrov, “o comandante da aeronave tentou, sem sucesso, aterrar duas vezes em Grozny”, mas os controladores de tráfego aéreo “propuseram outros aeroportos”. “Ele tomou a decisão de continuar para o aeroporto de Aktau”; e o avião acabou por cair perto do aeroporto cazaque de Aktau, provocando a morte de 38 pessoas.
As autoridades cazaques evitaram até agora pronunciar-se sobre uma versão definitiva e apenas confirmaram a explosão do cilindro de oxigénio enquanto as investigações prosseguem.
Fontes governamentais do Azerbaijão defenderam, em anonimato, que a queda do avião foi provocada estilhaços de um míssil terra-ar russo que atingiu o avião, quando se encontrava no espaço aéreo da cidade russa de Grozny, o seu destino.
Sobreviventes relatam explosão
Segundo a Reuters, um dos 29 passageiros que sobreviveram ao acidente relatou ter ouvido pelo menos uma grande explosão quando o avião se aproximava do aeroporto de Grozny.
“Pensei que o avião se ia desintegrar”, disse Subhonkul Rakhimov, que está no hospital. “Era como se [o avião] estivesse bêbado, já não era o mesmo”, acrescentou, citado pela Deutsche Welle.
Outro sobreviventedetalhou ao canal estatal russo RT que o avião fez três tentativas de aterragem em Grozny e que à terceira aproximação “algo explodiu, não diria que foi dentro do avião”. Além disso, conta que um pedaço de estilhaço voou entre as suas pernas e perfurou um colete salva-vidas.
O Embraer 190, de fabrico brasileiro, fazia a ligação entre Baku, e Grozny, na região russa da Chechénia, e levaria a bordo 67 pessoas.
Poucas horas depois do início do voo, o avião da Azerbaijan Airlines solicitou uma aterragem de emergência.
Devido a nevoeiro intenso em Grozny, o avião foi desviado primeiro para Makhachkala, no Daguestão russo, e depois para Aktau, onde acabou por se despenhar a cerca de três quilómetros do aeroporto da cidade do Mar Cáspio.
O aparelho acabou por embater no solo e incendiou-se.
A Ucrânia acusou a Rússia de ter abatido o avião com um míssil de defesa aérea. As televisões norte-americanas ABC News e CNN avançaram que os EUA acreditam haver indícios de que o avião possa ter sido atingido por um sistema antiaéreo russo.
O FlightRadar24 (plataforma que que rastreia o tráfego aéreo) adiantou que o GPS do avião foi exposto a interferências e falsificações perto de Grozny, o que fez com que o avião transmitisse maus dados ADS-B.
As acusações em torno da queda do avião trouxeram de volta memórias do voo MH17 da Malaysia Airlines, que foi abatido sobre o leste da Ucrânia em 2014 e matou 298 pessoas.
ZAP // Lusa
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