Rui Tavares faz desafio à Esquerda – e propõe novo modelo

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José Coelho / Lusa

Rui Tavares, porta-voz do Livre

Rui Tavares desafiou os partidos de esquerda a amadurecerem, para salvarem a democracia. Esta ideia já tinha sido expressada pelo líder do partido Livre, no debate desta sexta-feira, frente a Pedro Nuno Santos.

Rui Tavares alertou, este sábado, para o “risco real” de a democracia em Portugal se perder, voltando a insistir na ideia da necessidade de um amadurecimento dos partidos de esquerda.

O porta-voz do Livre já o tinha feito no frente-a-frente com Pedro Nuno Santos, esta sexta-feira, na RTP, alertando o líder do Partido Socialista (PS) que a esquerda tem de “crescer não em sondagens, mas sim em maturidade” e ter consciência do que é que o país precisa.

“Quando o centro direita pensa que traz a extrema-direita para esfera do poder, na tentativa de a controlar, o que acontece é que as democracias se perdem”, reafirmou Rui Tavares, esta tarde, considerando que esse “é um risco real” para Portugal.

Para o porta-voz do Livre o país tem à frente “uma caminho muito estreito” marcado pelo “abismo à direita”, cujos partidos diz estarem “em processo autofágico, de canibalização interna”.

Um cenário perante o qual os partidos de esquerda tem que “ter uma grande capacidade” de serem “maduros o suficiente, para crescer, não só nas sondagens – e a esquerda precisa toda de crescer nas sondagens, conquistando o votos ao centro, à direita e aos indecisos – mas também a capacidade de crescer em maturidade”, disse.

País precisa mais que uma Geringonça

Para o líder do Livre, a Geringonça, que foi no seu tempo “inovadora”, não é agora suficiente, numa altura em que o país precisa de “um sistema que funcione com as melhores práticas europeias, o que significa dizer claramente às pessoas que estamos dispostos a negociar um conjunto um programa de Governo”.

A maturidade da esquerda passa, no entender de Rui Tavares, por “saber que não vai governar sozinha, mas sim com a sociedade civil”, acrescentando “aos Três D” do 25 de Abril (Democratizar, Descolonizar, Desenvolver), outros dois: os do Dinamismo e da Dignidade”.

Uma esquerda madura é “uma esquerda que seja capaz de falar ao centro e à direita democráticas”, explicou, considerando que estas duas alas da política terão “que conversar” para dar resposta aos mecanismos que precisam de uma maioria de dois terços.

Rui Tavares propõe novo modelo

Na “renovação democrática” que defende, Rui Tavares admite a criação de um circulo nacional de compensação ou a aposta em sistemas semelhantes aos da Dinamarca ou do Brasil.

Nesses país, “os partidos concorrem sozinhos mas declaram a sua disponibilidade para formar uma maioria parlamentar e para que a contagem seja feita em conjunto para efeitos de determinação de mandatos”, explicou.

Um sistema que “permite identificar, isolar e acantonar a extrema-direita, porque a direita terá que fazer uma escolha” e clarificar, antes das eleições, se “essa extrema-direita está ou não com eles”.

“O povo tem de saber”, concluiu Rui Tavares.

ZAP // Lusa

8 Comments

  1. O RuiTavares é bom rapaz e já demonstrou ter algumas boas ideias, mas… mais devagar com o andor!
    Quando aponta à maturidade política, convém descer à terra e perceber que tem um brutal défice de areia, para a camioneta de Pedro Nuno Santos.
    É a propósito de maturidade, aconselharua Rio Tavares a visualizar bem, sem os alterar, os lugares do feitiço e do feiticeiro.

  2. Este tipo de atitude de criar um “cerco sanitário” em torno de um partido é anti democrática.
    Se o partido for inconsistente e demagógico, só têm de mostrar essas evidências

  3. Pedro N. Santos já devolveu os milhares de euros que roubou durante 9 anos (1800€ por mês), por dizer que morava em S. João da Madeira quando afinal se descobriu que morava em andar que possuia em Lisboa?

  4. Nisto tudo eu só gostava de saber porque é que temos que ter medo da extrema-direita (uma vez que não existe em Portugal), mas não precisamos de ter medo da extrema-esquerda, que existe e se farta de fazer asneiras…
    Na minha opinião em Portugal, infelizmente, só temos um partido de centro que fala pelos cotovelos e uma dúzia de partidos todos à esquerda (uns mais que outros, claro).

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