Rui Rio tem nomeações nas mãos. Escolhas podem não agradar ao futuro líder do PSD

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Rui Rio, presidente do PSD

Rui Rio, presidente do PSD

O PSD vai ter de indicar nomes para vários cargos parlamentares no final de março. Com Rui Rio de saída, a situação torna-se delicada: as suas escolhas podem não agradar ao futuro líder social-democrata.

O Público salienta que uma das nomeações mais sensíveis é a do líder da bancada parlamentar. Apesar de estar sujeita a votos dos deputados no início da legislatura, a seleção passa pelo líder do PSD.

Rui Rio já assumiu que não pretende acumular dois cargos e os sociais-democratas não alinhados com a atual direção defendem que a melhor via seria uma solução transitória, que poderia passar pelo líder parlamentar cessante, Adão Silva.

O maior receio dos críticos é que Rio escolha alguém muito próximo da sua linha política. O mandato é de dois anos, mas o lugar pode ser posto à disposição na sequência da eleição de um novo presidente.

Rui Rio terá também de indicar membros para presidências de comissões, distribuídas pelos partidos consoante o método de Hondt. Apesar de os resultados finais das legislativas ainda não serem conhecidos, já é sabido que PS e PSD vão escolher entre si a presidência de todas as comissões permanentes e das eventuais até à décima quinta.

Apesar de a nova legislatura poder implicar uma reconfiguração das comissões, os sociais-democratas deverão ter direito a seis presidências e os socialistas nove.

Nas mãos, terá também a nomeação dos deputados para a vice-presidência e secretários da mesa da Assembleia da República.

Nestes dois últimos casos, trata-se de funções para o resto da legislatura.

Os membros do Conselho de Estado também passarão pelo critério de Rui Rio. Atualmente, fazem parte Francisco Pinto Balsemão, militante número um, e Rui Rio como líder. Perante a perspetiva da saída de Rio da liderança, os sociais-democratas interrogam-se sobre os nomes que o atual líder vai propor para a eleição dos membros do órgão de consulta do Presidente da República.

Outra nomeação é a das delegações permanentes de oito organizações parlamentares internacionais. Atualmente, cinco são presididas pelo PS e três pelo PSD.

Adão Silva preside à Assembleia Parlamentar da NATO, Bruno Coimbra lidera a Assembleia Parlamentar da União para o Mediterrâneo, e Sofia Matos está à frente da União Interparlamentar – à qual Rui Rio também pertence.

Acresce ainda a eleição de representantes para outros órgãos externos – como o Conselho Económico e Social, o Conselho Superior da Magistratura e o do Ministério Público – que, em alguns casos, exigem dois terços dos deputados, isto é, um entendimento entre PS e PSD.

ZAP //

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