A região de Lisboa e Vale do Tejo pode atingir os 120 casos de infeção por cem mil habitantes dentro de menos de 15 dias, caso se mantenha a tendência crescente de transmissão do vírus SARS-CoV-2.
A previsão consta do relatório de monitorização das “linhas vermelhas” da pandemia hoje divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), que adianta que o Rt apresenta valores superiores a 1 a nível nacional (1,08) e em todas as regiões do continente.
Esta tendência crescente do Rt – que estima o número de casos secundários de covid-19 resultantes de uma pessoa infetada – é “mais acentuada na região de Lisboa e Vale do Tejo” e está nos 1,16, indicam a DGS e o INSA
“Mantendo-se esta taxa de crescimento, o tempo para atingir a taxa de incidência acumulada a 14 dias de 120 casos por cem mil habitantes será de 15 a 30 dias para o nível nacional e menos de 15 dias para a região de Lisboa e Vale do Tejo”, aponta a análise de risco das autoridades de saúde.
O relatório refere também que o número diário de doentes de covid-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente revelou uma “tendência ligeiramente decrescente”, correspondendo a 21% do valor crítico definido de 245 camas ocupadas.
Na quarta-feira, estavam internados em UCI 52 pessoas, sendo o grupo etário entre os 50 e os 59 anos o que tinha mais doentes a necessitar de cuidados intensivos.
A proporção de testes positivos para SARS-CoV-2 foi de 1,3%, valor que se mantém abaixo do limite definido de 4%, referem os dados da DGS e do INSA, que avançam que, na última semana, registou-se um aumento do número de testes de despiste do vírus.
Nos últimos sete dias foram realizados 325.390 testes, mais 51.174 do que os 274.216 feitos na semana anterior.
Segundo o relatório, a proporção de casos confirmados notificados com atraso foi de 7,1%, mantendo-se abaixo do limiar de 10%, e 89% dos casos de infeção foram isolados em menos de 24 horas após a notificação, tendo sido rastreados e isolados 83% dos seus contactos.
No que se refere à sequenciação genómica de amostras recolhidas em maio, cuja análise ainda está em curso, o INSA adianta que a prevalência estimada da variante B.1.1.7, associada ao Reino Unido, para o continente foi de 87,7%.
Até à última quarta-feira, foram registados 104 casos da variante B.1.351, associada à África do Sul, e 139 casos da variante P.1, associada a Manaus, Brasil, existindo transmissão comunitária destas duas estripes do novo coronavírus.
Até 2 de junho, foram registados 74 casos da linhagem B.1.617.2, associada à Índia. A sequenciação genómica revelou várias introduções distintas desta variante em Portugal. A ausência de ligação epidemiológica em alguns dos casos mais recentes pode indicar a existência de transmissão comunitária da mesma”, adianta o relatório.
“Os aumentos dos valores do índice de transmissibilidade (Rt) e da frequência de novas variantes de preocupação devem ser acompanhados com atenção durante as próximas semanas, em especial quanto a regiões com maior transmissão e ao seu reflexo no aumento do número de hospitalizações, em especial na população sem esquema vacinal completo”, alerta o relatório das “linhas vermelhas”.
O número de casos ativos de covid-19 em Portugal subiu esta sexta-feira para 23.473. Há um mês que não havia tantos casos ativos.
ZAP // Lusa
Estou a adorar a resposta dos governantes. Com tudo a piorar a olhos vistos, já mexeram na palha toda. Que inação!
Mas diga la o que está a piorar!!
As UCI? os internamentos? Os óbitos ?
Não foram essas a justificações para as medidas, o garantir a sustentabilidade do SNS?
Se os infectados agora não passam disso, infectados! Qual é o problema o a paranóia com o Rt? Só fazia sentido quando o aumento do Rt estava directamente ligado ao aumento do fluxo nos serviços do SNS, agora que já não está, o Rt vale o que vale, quanto mais alto mais cedo se alcança a imunidade de grupo!
Concordo.
Os “indignados profissionais” estão sempre contra tudo: se há confinamento, é ditadura; se há levantamento das restrições, os governantes são irresponsáveis!…
É impossível agradar às “ovelhas”…
Não serás tu a “ovelha indignada”?
Se tu queres…
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A região de Lisboa e Vale do Tejo pode atingir os 120 casos de infeção por cem mil habitantes dentro de menos de 15 dias, caso se mantenha a tendência crescente de transmissão do vírus SARS-CoV-2.
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Algo de errado nesta notícia.
Lisboa já tem hoje 180 casos/100mh. Daqui a poucos dias chegará a 240 e ultrapassará a linha vermelha, obrigando a confinamento.
Mas teremos sempre a liga dos campeões.
Portugal merecia melhores governantes, que não cometam tantos erros. O que se tem passado com a gestão da pandemia é triste!