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Roma torna-se capital europeia dos buracos

Estrada e parte da calçada cedem, engolindo dois carros no distrito de Torpignattara, em Roma

Roma ganhou recentemente o galardão de capital europeia dos buracos, graças ao número crescente de carros estacionados que caem em abismos nas ruas da cidade italiana.

Esta semana, um SUV Mercedes e um Smart caíram num buraco de seis metros de profundidade e 20 metros de comprimento que se abriu numa rua no distrito de Torpignattara, em Roma.

De acordo com o The Times, os especialistas culpam uma rede de túneis romanos e medievais, mas acreditam que o problema está a piorar.

A taxa mais do que duplicou na última década e Roma tem agora o recorde europeu de sumidouros”, disse Stefania Nisio, geóloga do Instituto Superior de Pesquisa e Proteção Ambiental da Itália.

A principal causa são as centenas de túneis, muitos a cerca de oito metros abaixo do solo, que os romanos cavaram para extrair pedra calcária para construção. “A pedra mais dura estava mais funda, pelo que tiveram de cavar os túneis em vez de escavar na superfície. Alguns têm até 32 metros de profundidade“, acrescentou.

Em 2018, no bairro Balduina, sete carros foram engolidos por um abismo de 15 metros de profundidade que levou à evacuação de dois edifícios residenciais. “Na área de Caffarella, em Roma, há túneis com quilómetros de extensão que formam um labirinto”, disse ainda Nisio.

Foram também encontradas grutas com tetos de até cinco metros de altura, incluindo uma sob o Monte Palatino com um lago raso de 20 metros de largura.

Os especialistas acreditam que o aumento de sumidouros que desabam em cavidades nos últimos dez anos se deve ao excesso de água que corre para os espaços subterrâneos.

Nisio e a sua equipa estão a mapear a rede de passagens e a procurar novas. “Além da pedreira, existem as primeiras criptas cristãs sob Roma, muitas das quais documentadas nos séculos anteriores, mas que ainda não foram redescobertas.”

“Também ouvimos histórias sobre como o gangue Banda della Magliana, de Roma, usou túneis para fugas, enquanto os terroristas da Brigada Vermelha usaram um túnel quando sequestraram o político Aldo Moro, em 1978″, contou a especialista.

ZAP //

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