Esta quinta-feira, o Banco Central Europeu decidiu deixar as suas taxas de juro inalteradas, em mínimos que se mantêm desde março de 2016, e preparou caminho para anunciar novos estímulos em setembro.
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou que decidiu deixar as suas taxas de juro inalteradas, em mínimos que se mantém desde 2016. Além disso, na conferência de imprensa de Mario Draghi, ficou claro que a autoridade monetária está disponível para lançar novos estímulos monetários, uma vez que as perspetivas na economia “estão cada vez piores”.
No comunicado divulgado após a reunião de política monetária, em Frankfurt, a instituição assinala esperar que as taxas se mantenham nos níveis atuais ou em níveis “mais baixos” durante a primeira metade de 2020 ou enquanto for necessário para assegurar uma convergência da inflação, o que pode indiciar um futuro corte nas taxas.
Para já, adianta o Observador, a taxa de juro aplicada às principais operações de refinanciamento mantém-se em zero, a taxa de facilidade permanente de cedência de liquidez fica em 0,25% e a taxa de facilidade permanente de depósito continua negativa, em -0,40%.
Isto significa que os bancos continuam a ter um custo quando colocam excessos de liquidez no banco central, um estímulo a que os bancos deem mais crédito à economia e uma forma de garantir que as taxas de juro no mercado continuam baixas.
Os novos estímulos podem chegar já em setembro, na próxima reunião do BCE. Esta quinta-feira, Mario Draghi reconheceu que, entre as medidas que estão a ser estudadas, está um novo programa de intervenção nos mercados de títulos. Segundo o responsável, retomar as compras de dívida, em moldes iguais ou diferentes do programa que correu entre 2015 e 2018, justifica-se porque as perspetivas para a economia “estão a ficar cada vez piores”.
Desta forma, com a economia a perder fulgor, a taxa de inflação na zona euro continua demasiado baixa. “Na questão da inflação, não estamos a gostar do que estamos a ver”, disse Draghi, sublinhando que este é um fator “muito importante”.
“O Conselho do BCE encarregou as comissões (técnicas) relevantes de examinar as opções que existem, incluindo formas de reforçar o compromisso futuro com as taxas de juro e medidas de mitigação como a conceção de um sistema segmentado de remuneração de reservas [isto é, mexidas na taxa de depósitos], e opções no âmbito da dimensão e composição de um eventual novo programa de compra de ativos”, afirmou Mario Draghi.