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“Nunca vi um exército a marchar ao pé-coxinho”. RIR de Tino de Rans é um “partido 360 graus”

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Fernando Veludo / Lusa

Apresentação da candidatura de Tino de Rans nas eleições presidenciais.

Tino de Rans, fundador do mais recente partido político aprovado pelo Tribunal Constitucional (RIR – Reagir, Incluir e Reciclar), anuncia que vai concorrer pelo Porto nas legislativas e rejeita que o partido seja menor do que os outros.

Candidato das eleições presidenciais de 2016 e futuro candidato nas legislativas de outubro, Vitorino Silva, mais conhecido como Tino de Rans, começa esta quinta-feira em Newark, EUA, as primeiras iniciativas públicas do partido RIR, aprovado na quarta-feira pelo Tribunal Constitucional.

“Vou concorrer, isto é ponto assente. Sou candidato, nem podia ser outra forma”, declara Tino de Rans à agência Lusa, acrescentando que vai apresentar-se às legislativas com o RIR pelo círculo eleitoral do Porto.

O fundador do novo partido está nos EUA até 13 de junho para conhecer os emigrantes portugueses, prestar homenagem à sua bravura e resiliência e também para apresentar o livro “A…Corda P’rá Vida”.

Em entrevista no Sport Club Português de Newark, Tino de Rans diz que a sua maior mensagem é a de que o partido RIR não é menor do que os outros, pois nos boletins de voto das eleições de 6 de outubro terá “um quadradinho do tamanho dos outros quadradinhos”.

O Reagir, Incluir e Reciclar só passou a denominar-se de RIR por coincidência, ressalva Tino de Rans à Lusa. O partido pretende dar oportunidades iguais a todos e lutar contra as desigualdades sociais e contra a indiferença dos políticos.

“É preciso reagir, incluir – porque cabemos todos – e uma pequena obra, que é reciclar”, para salvar a natureza, preservar o planeta e tornar o mundo melhor, explica o candidato.

Uma das razões para entrar na corrida eleitoral é o objetivo de garantir às pessoas que vão ter “uma porta aberta” no Parlamento, mas o fundador do RIR promete que “a rua” vai ser “o gabinete” do RIR.

A participação nas eleições legislativas também terá como objetivo apelar ao voto de todos, incluindo daqueles que não se vêem representados pelas atuais forças políticas, e lutar contra a abstenção.

“O povo nem é de direita nem é de esquerda, o nosso partido é 360 graus“, afirma o candidato, acrescentado que “a direita e a esquerda juntas só conseguiram fazer com que votassem 30% dos portugueses nas eleições europeias” de 26 de maio.

“Eu nunca vi um exército a marchar ao pé-coxinho porque os soldados, para marcharem, têm de ter o pé direito e o pé esquerdo”, justifica ainda Vitorino Silva. “Eu sou calceteiro e preciso da mão do martelo e a mão da pedra, para fazer uma calçada preciso da mão direita e da mão esquerda”, acrescenta.

O RIR é definido, assim, pelos fundadores como “planetário e europeísta”. Sem avançar com especulações nos resultados, Tino de Rans refere que o principal objetivo é entrar na Assembleia e continuar por muito mais tempo.

“Programa quem o vai fazer não sou eu. Eu percebo de calçada”

O candidato do RIR prevê que serão cerca de 400 pessoas a representar o partido por todo o país, profissionais de todas as áreas em todos os distritos eleitorais, promovendo uma mistura, aquilo que defende no ponto Incluir do RIR.

O nosso programa, quem o vai fazer não vou ser eu. Eu percebo é de calçada, mas há gente que percebe de livros, há outras pessoas que percebem de cinema, outras de restauração. O nosso programa vai ser um bocadinho daquilo que eu colhi, daquela gente que ouvi quando consegui ter assinaturas para fundar o meu partido”, sublinha Tino de Rans.

Um documento enviado pelo RIR, datado de 30 de maio, refere que a oficialização do partido foi “requerida por 10.688 cidadãos eleitores”, mas no Tribunal Constitucional foram validadas apenas “as subscrições de 7.613 cidadãos eleitores”.

Das eleições presidenciais de 2016, quando o vencedor foi Marcelo Rebelo de Sousa, Vitorino Silva recorda ter sido tratado como “outro” e não ter tido direito a debate como outros candidatos, mas orgulha-se dos mais de 152 mil votos que obteve.

Para o candidato, as sondagens não são justas quando contam as intenções de voto entre partidos mais conhecidos e “outros”. “Eu não sou de um partido pequeno, nem sou outro”, responde.

“Desde já, falo para as empresas de sondagens, tenham humildade e que chamem pelo nome, não me chamem o outro. O RIR não se chama outro“, reitera o candidato que acrescenta que em quatro meses, até outubro, “dá para passar uma grande mensagem”.

ZAP // Lusa

5 Comments

  1. portanto, mais um partido apenas para ir buscar umas coroas ao zé povinho, pq uma vez mais não tem uma única ideia diferente dos restantes.

    como dizem, 360º, querem abranger todos não abrangem nenhuns.

    rir, mas da palhaçada!

  2. Um excelente ex-autarca que merece ser ouvido porque tem provas dadas e conhece o povo como poucos. Felicidades Tino.

  3. Tino de Rans acaba de propor um novo dilema: o dilema do político. É que um político que se propõe lutar conta a indiferença dos políticos é um pouco como um mentiroso que se propõe dizer a verdade. Dilemas à parte, gostei do propósito «planetário e europeísta». Já é tempo, ainda por cima numa época de ressurgimento dos nacionalismos, de pensarmos que vivermos em clausura dentro de territórios delimitados por fronteiras, muitas vezes em guerra uns com os outros, é um arcaísmo que teremos de ultrapassar, sobretudo num tempo em que somos cada vez mais confrontados com questões que só podem resolver-se globalmente, com a ação de todos, como as questões climáticas ou a proteção dos oceanos.

  4. Eu não imagino que em Portugal os políticos consigam ser piores, do que já o são. Fazer merda, qualquer um consegue, incluindo eu!
    Por isso, não vejo Como Este candidato possa ser pior que os outros..

    Eu voto em função das actualidades, e não, porque o PSD teve o Sá Carneiro, ou no PS, porque é de Uma esquerda equilibrada, ou no PAN, porque odeio touradas? etc..

    Todos os “maiores”, demonstraram ser igualmente incompetentes, e corruptos.
    Por que não, dar oportunidade a alguém que não está comprometido a dogmas de um partido, e tem a liberdade de usar senso comum..?

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