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Variações na rigidez das rochas explicam tsunamis devastadores

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Chris Wren, Kenn Brown / mondoart.net

A variação na rigidez das rochas, um parâmetro nunca inferido em detalhe até agora, é o principal fator para explicar algumas características observadas em grandes tsunamis.

Uma equipa de cientistas do Instituto de Ciências Marinhas do CSIC, em Espanha, publicou recentemente um artigo científico na Nature que explica que a variação na rigidez das rochas deve ser um fator explorado e incorporado na estimativa de risco associado a terramotos e tsunamis.

De acordo com os cientistas, citados pelo Europa Press, as variações de rigidez permitem a resolução de paradoxos inexplicáveis, como a discrepância entre o movimento sísmico moderado registado na superfície e a grande amplitude de tsunamis que deram origem a vários terremotos históricos.

Em comunicado, Valentí Sallarès, autor principal do trabalho, revelou que esta investigação mostra que as diferenças entre o comportamento de terramotos profundos e rasos “não se devem a variações locais no mecanismo físico que os produz, mas a mudanças sistemática na rigidez das rochas que fraturam e se deformam durante a rutura sísmica”.

Os terramotos rasos propagam-se mais lentamente, duram mais tempo, têm maior escorregamento na falha e causam uma maior deformação no fundo do oceano em comparação com os terramotos profundos de igual magnitude. No entanto, geram vibrações sísmicas menos pronunciadas na superfície.

É por este grande motivo que os cientistas admitem que, muitas vezes, que o risco destes terramotos é subestimado, especialmente a sua capacidade de gerar tsunamis.

(dr) CSIC

Movimento sísmico

Os autores do artigo científico analisaram imagens sísmicas do subsolo e combinaram-nas com modelos tomográficos, de modo a inferir as propriedades das rochas em diferentes profundidades e em diferentes zonas de subducção em todo o mundo.

Os resultados mostram que a rigidez das rochas que repousam sobre a falha entre placas aumenta sistematicamente com a profundidade, seguindo uma tendência universal e bem definida.

Esta tendência explica as diferenças entre terramotos superficiais e profundos, permitindo, por sua vez, prever com precisão a velocidade de propagação e a duração da rutura sísmica, a quantidade de derrapagem na falha, as alterações na amplitude das vibrações sísmicas geradas ou as diferenças de magnitude.

Este é o primeiro modelo que permite prever certas características do terramoto com base na profundidade do seu hipocentro, que, segundo Sallarès, é “a chave para poder estimar com precisão seu potencial tsunamigénico”.

ZAP //

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