Revolução na Uber e Lyft: motoristas estão a criar as suas próprias apps

Por melhores salários e condições de trabalho. Cooperativas nos EUA querem a sua própria aplicação de boleias com melhores tarifas e contra o cancelamento injustificados das contas dos condutores.

Cooperativas de trabalhadores da Uber e Lyft estão a nascer em várias cidades norte-americanas, e a pressionar cada vez mais as duas empresas por melhores condições de trabalho e maiores salários.

Os movimentos estão a trabalhar para criar uma alternativa à Uber e à Lyft que lhes permita ter a sua própria aplicação móvel, eleger líderes e implementar políticas transparentes sobre questões importantes como a desativação de motoristas e as taxas de remuneração.

A necessidade de tais cooperativas tornou-se mais urgente à medida que muitos condutores começaram a relatar a diminuição dos seus rendimentos e a crescente dificuldade em obter boleias.

Alguns motoristas já criaram os seus próprios negócios, mas as cooperativas oferecem um potencial modelo sem fins lucrativos com maiores ganhos. Um exemplo é a The Drivers Cooperative em Nova Iorque, que está a funcionar desde 2021. Outro modelo de sucesso, Drivers Co-op Colorado, garante aos seus 16 mil motoristas 80% da tarifa, um valor muito mais alto do que os 70% normalmente oferecidos por plataformas como a Lyft.

“A cooperativa seria muito diferente na forma como funciona, na forma como lidamos com o funcionamento da aplicação e com os preços, como o condutor é pago, como se processa a contratação, quem toma as decisões”, disse ao Business Insider Lee Sperry, um motorista de San Diego e membro do grupo de defesa San Diego Drivers United.

Para além das habituais verificações de antecedentes, os potenciais condutores têm de participar em sessões de orientação e podem comprar ações da cooperativa.  A cooperativa também exige que os condutores utilizem câmaras no painel de instrumentos, por motivos de segurança, e oferece um escritório físico onde os condutores podem interagir diretamente com a direção para resolver problemas, como cancelamentos injustificados. A Uber e a Lyft desativam frequentemente as contas dos condutores sem fornecerem razões claras, acusam os condutores que começaram a juntar-se a estas associações.

“Não nos limitamos a retirar o condutor imediatamente sem passar pelo processo devido. Sentamo-nos com ele e ele sabe porquê”, disse Isaac Chinyoka, diretor-geral de uma destas cooperativas em Denver, EUA.

Apesar de tudo, tanto a Lyft como a Uber explicam que os seus condutores podem aceitar outros empregos. Isto inclui “serviços semelhantes a serviços de partilha de boleias para outras empresas”.

ZAP //

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