Reviravolta épica dá Supertaça ao Dragão

Manuel Fernando Araújo / Lusa

Foi a loucura em Aveiro! Aos 24’, o Sporting vencia por 3-0 e parecia estar a um pequeno passo de levantar o caneco, mas uma “oferta” do estreante Debast aguçou o apetite do FC Porto que operou uma verdadeira reviravolta épica.

Na segunda parte, Nico González e Galeno decretaram o empate e já no prolongamento Iván Jaime carimbou o título que encaminhou a 24.ª conquista da Supertaça Cândido de Oliveira para o museu portista.

Amplo mérito para a equipa de Vítor Bruno – estreia oficial de sonho – que teve o condão de nunca ter desistido, reorganizou a equipa após o intervalo e foi sempre mais audaz e activo a mexer as peças do xadrez.

Rúben Amorim teve uma espécie de “disasterclass” – os sinais já tinham sido expostos na primeira metade –, demorou uma eternidade a fazer alterações, algumas das apostas que fez não resultaram e terá muito o que fazer nas próximas semanas…

Impróprio para cardíacos. Os “dragões” entraram a cuspir fogo – pressionantes, com o bloco subido e a assumirem o risco – e por escassos centímetros Namaso não amargou as estreias de Kovacevic e de Debast.

Os “leões” reagiram – mais assertivos e eficazes na primeira fase de construção – e foram arrasadores marcando três golos no espaço de… 18 minutos.

E não fosse um falhanço pouco habitual de Gyökeres (15’) o “score” poderia ser ainda mais dilatado. Atordoado, o emblema da Invicta ganhou um novo ímpeto com um erro crasso de Debast aproveitado por Galeno.

Sinal ascendente para os campeões nacionais no reatamento, período no qual Geny Catamo emergiu e deixou a defensiva contrária em sobressaltos.

Porém, tudo mudou num ápice, segundos após as entradas de Eustaquio e Iván Jaime, o FC Porto reduziu a desvantagem por intermédio de Nico e não passaram nem dois minutos até Galeno empatar o duelo e deixar o clássico ainda mais ao rubro.

Lances que puniram a passividade leonina no sector mais recuado – algo que já tinha ocorrido na primeira parte – e premiavam a resiliência portista. Num último suspiro antes do prolongamento, Kovacevic deteve um remate de Fran Navarro que levava o selo de golo.

O Sporting voltou a entrar melhor no prolongamento, com dois raides perigosos de Quenda e de Edwards, mas foram os portistas a mexer com o placard, num lance finalizado por Iván Jaime e no qual Kovacevic não ficou nada bem na fotografia, não obstante a bola ter ainda embatido em Mateus Fernandes.

Os comandados de Vítor Bruno aguentaram a vantagem, apenas passaram por um sobressalto e festejaram a conquista da Supertaça Cândido de Oliveira 24.ª vez na história – a primeira diante do Sporting – que coloca o emblema nortenho como o mais titulado em Portugal.

O Jogo em 5 Factos

O que falhaste, Viktor? – Ao minuto 15, Gyökeres desperdiçou um lance nada habitual. Com a baliza à mercê, cabeceou por cima do alvo numa ocasião flagrante que tinha um Expected Goal (xG) de 0,42.

Duplo recorde do “puto” maravilha – Estreia de sonho para o “teenager” made in Alcochete. Na estreia absoluta como titular num jogo oficial, aos 17 anos, três meses e cinco dias, Geovany Quenda fez história em dose dupla com o belo golo que apontou aos 24′.

Hesitações leoninas – Não obstante a vantagem ao intervalo, a defensiva leonina viveu diversos momentos de sobressalto, terminando a primeira metade com dez perdas de bola no terço defensivo – quatro foram da autoria de Eduardo Quaresma – e 12 passes de risco acumulados, ao passo que o FC Porto obteve apenas três e falhou nove passes de risco.

Golos esperados – 22 remates, três golos e um xG de 2,7. Foi este o saldo antes do período extra de 30 minutos. Os azuis ressurgiram das cinzas e coleccionaram mais remates do que o adversário – 13 versus nove -, mais “tiros” enquadrados (seis contra três) e um expected goal mais elevado (1,6 contra 1,1).

Leão sem garras – O início foi de sonho, mas o Sporting perdeu tracção e foi decaindo de producção até à “morte” final. Dos 12 remates que fez, apenas três – os que resultaram em golo – foram enquadrados à baliza de Diogo Costa. Dos 12 centros realizados, apenas três foram eficazes e atingiu as 18 perdas da posse no terço defensivo.

Melhor em Campo

O internacional canarinho Wanderson Galeno foi a principal surpresa no onze portista e justificou com a aposta com uma bela exibição.

Apontou dois golos em três remates, recebeu 11 passes progressivos, alcançou 41 acções com a bola – cinco na área contrária -, venceu cinco duelos, perdeu dois, registou quatro recuperações de bola, 12 perdas, seis acções defensivas, sofreu duas faltas e foi o MVP do clássico 250 com um rating de 8,3.

Resumo

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