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Visto como “Responsável Disto Tudo”, Berardo diz ser bode expiatório e que Portugal lhe deve muito

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António Cotrim / Lusa

O empresário Joe Berardo diz que é visto como “Responsável Disto Tudo” e que Portugal lhe deve muito. O madeirense diz-se ainda um “bode expiatório”.

Joe Berardo avançou com uma ação em tribunal contra os bancos Millennium BCP, Caixa Geral de Depósitos, BES e Novo Banco, acusando as instituições financeiras de terem lesado a Fundação Berardo e a sua gestora Metalgest.

Ao todo, pede uma indemnização de 900 milhões de euros: 800 milhões de indemnização por perdas impostas à Fundação Berardo e 100 milhões por danos morais.

O empresário quer usar parte destes últimos 100 milhões de euros para financiar bolsas de estudo para gestores bancários e cursos de ciência política para os deputados.

O comendador madeirense diz ser vítima de quem o quer rotular de “Responsável Disto Tudo” e de quem o acusa de ser o causador de “todos os males da banca”. Berardo sugere que isto não passa de uma estratégia para mascarar as falhas das próprias instituições financeiras, do Banco de Portugal e do Governo.

“Estas elites, que se portam mal, têm de encontrar, de tempos a tempo, bodes expiatórios”, escreve Joe Berardo, citado pelo Expresso, na ação condenatória que deu entrada esta segunda-feira no Tribunal da Comarca de Lisboa.

Esta alegada perseguição de que o madeirense diz ser alvo terá então levado a uma “desconsideração de toda a obra de Joe Berardo de enorme relevância social e cultural”.

“Hoje em dia fácil de manipular e de enorme influência, um empresário que nada deve a Portugal e a quem Portugal tanto deve, num mero capitalista com habilidade para fugir ao pagamento de empréstimos da banca, com reflexos diretos no bolso dos contribuintes, que pagam os défices e prejuízos dos bancos”, lê-se na ação com cerca de 100 páginas.

É uma “perseguição” por parte de um “Governo de uma República que no mínimo devia ser grata a José Berardo”.

O BCP é o principal banco visado por Berardo, começando por disparar em direção do seu fundador, Jorge Jardim Gonçalves.

A gestão de Jardim Gonçalves, considera Berardo, empreendeu “operações de elevadíssimo risco, altamente criticáveis do ponto de vista das boas práticas da gestão bancária, bem como para as montar de modo a escaparem ao controlo da supervisão”.

De acordo com o Expresso, o atual CEO, Miguel Maya, também é visado, juntamente com os banqueiros que lideram a CGD, Miguel Macedo, e o Novo Banco, António Ramalho.

O ex-banqueiro Ricardo Salgado não escapou às críticas, falando-se da sua má gestão enquanto presidente executivo do BES.

“O Dr. Ricardo Salgado e seus apaniguados falsificavam a contabilidade da ESI, ocultando passivos na ordem das centenas e centenas de milhões de euros e empolando ativos na ordem das centenas e centenas de milhões de euros”, lê-se no documento citado pelo semanário.

“Apontam-se alguns responsáveis, como Ricardo Salgado e apaniguados, João Rendeiro e Oliveira e Costa, alvos de processos crime, que terão efetivamente sido os autores de gestões danosas, quando não criminosas”, refere ainda Berardo.

Daniel Costa, ZAP //

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5 Comments

  1. Mas será que os portugueses têm memória curta? Este fulano deu um desfalque ao Estado e ainda acha que tem algum direito? Devia era ter de devolver o que levou.

  2. Portugal , são 10 milhões de Cidadãos (mais ou menos) !…..Eu sou um deles, e se a minha memoria não me falhar , penso en nada dever a esta criatura !…….. Quanto aos vigaristas engravatados, incriminados e condenados , andam todos na boa ….cá fora !

  3. Nada como bandidos sem qualquer vergonha ou o mínimo de bom senso para todos perceberam que são estes investidores salvadores da pátria!…
    Portugal deve-lhe chumbo e espero que vá em breve ter com o Rendeiro; já ontem era tarde!…

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