Resolvido o mistério do “Seahenge”, um dos mais antigos de Inglaterra

Mark Brennand

Seahenge, o enigmático monumento da Idade do Bronze descoberto ao largo da costa de Norfolk em 1998 e apresentado como o “primo” de Stonehenge, pode finalmente ter revelado o seu objetivo.

Segundo o El Confidential, foi encontrado em 1998 e sempre foi comparado a Stonehenge. Finalmente, existe uma explicação lógica para o enigma que sempre o rodeou.

Investigações recentes da Universidade de Abeerden sugerem que foi construído em resposta a um grave problema enfrentado pelas sociedades da época, há mais de 4.000 anos. Sobretudo nas zonas costeiras.

Este monumento, constituído por um cepo de carvalho invertido rodeado por 55 troncos, tem fascinado arqueólogos e especialistas desde a sua descoberta.

A nova teoria, proposta pelo arqueólogo David Nance, sugere que Seahenge e sua estrutura vizinha, conhecida como Holme II, foram erigidos para realizar rituais destinados a prolongar o verão e a melhorar as duas condições climáticas da época.

O cientista destaca o significado do alinhamento astronómico de Seahenge com o nascer do sol do solstício de verão, sugerindo que o monumento foi concebido para capturar simbolicamente o cuco, uma ave associada ao fim do calor, segundo o folclore local.

“O cuco, que simbolizava a fertilidade, deixava de cantar no solstício de verão para descer ao Outro Mundo”, explica Nance, sublinhando que este ritual visava prolongar a estação quente.

Holme II, descoberta a cerca de 100 metros de Seahenge, pode ter desempenhado um papel diferente, mas complementar. Segundo a investigação, esta estrutura era utilizada em rituais de sacrifício para apaziguar as divindades e garantir a fertilidade e o bem-estar da comunidade.

Nance defende que este segundo monumento estaria ligado à deusa Vénus e aos ciclos astronómicos, nomeadamente ao ciclo de oito anos desta divindade.

A estrutura em Holme II parece ter sido usada para sacrifícios rituais no festival de Samhain, um festival ligado ao inicio do inverno que evoluiu para o que é atualmente conhecido como Halloween. Acredita-se que os sacrifícios eram realizados neste local para assegurar o bem-estar da comunidade e que o monumento estava orientado para Vénus, quando estava visível no céu.

As investigações recentes em Seahenge e Holme II lançaram uma nova luz sobre a relação entre as sociedades pré-históricas e o seu ambiente. Ambos os monumentos parecem ter sido erigidos em resposta aos efeitos das alterações climáticas na Idade do Bronze, quando as condições rigorosas do inverno afetaram gravemente as comunidades costeiras.

Os rituais e sacrifícios efetuados nestes locais tinham como objetivo apaziguar as divindades e assegurar um clima mais favorável.

Teresa Oliveira Campos, ZAP //

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