Comida-dentes-morte. A ligação invulgar que terá originado a morte de muitos rincossauros.
Podíamos resumir este artigo como “a triste história por trás do ‘sorriso’ de um fóssil de rincossauro“, como lemos na Globo.
O rincossauro (Rhynchosauria) era um réptil que esteve na Terra antes do dinossauro.
Era uma parte importante do Triássico, há mais de 200 milhões de anos. Ajudou a definir o cenário para novas ecologias.
Parente distante dos crocodilos e dos pássaros modernos, pertencia a um grupo de répteis antigos do tamanho de ovelhas.
Mas tinha uma particularidade enquanto comia que terá matado muitos da sua espécie, lê-se num artigo publicado na revista Paleontology.
O estudo analisou alguns fósseis de rincossauros encontrados em Devon, Inglaterra, comparando com amostras encontradas na Escócia e na Argentina.
Foi utilizada tomografia computadorizada (TAC) para ver como os dentes se desgastavam. Também analisou novos dentes que apareciam nas filas de dentes posteriores quando os animais cresciam, indica o portal Popular Science.
Porque foram analisados os dentes? Porque o rincossauro tinha uma forma peculiar de mastigar: utilizava um movimento semelhante a uma tesoura para triturar plantas resistentes entre uma fila de dentes e os ossos.
Mas depois, enquanto ia envelhecendo, “a área das mandíbulas sob desgaste, a qualquer momento, movia-se para trás em relação à frente do crânio, desgastando novos dentes e novos ossos”, descreveu o co-autor Thitiwoot Sethapanichsakul.
Os dentes iam ficando cada vez mais moídos, cada vez mais pequenos, até que desapareciam.
Ou seja, a forma como o rincossauro comia terá estragado os seus dentes.
E, acreditam os cientistas, a forma como o rincossauro comia terá levado a que muitos da sua espécie morressem à fome. Porque não tinham dentes para mastigar – e comiam alimentos muito duros, que desgastavam muito a dentição.
E, voltando ao “sorriso” do início deste artigo: o rincossauro empurrava dentes contra as mandíbulas enquanto mastigava; com o passar do tempo, as mandíbulas originaram uma deformação na boca, que parecia um sorriso permanente.
O Joker teria adorado o bicho… Uma vez comparou-se a um tubarão branco.
“Veja como somos parecidos!”