Número mais baixo em 17 anos: o “rendimento mínimo” chega a cada vez menos pessoas

No primeiro mês deste ano, havia um pouco menos de 200 mil beneficiários do Rendimento Social de Inserção.

Chama-se Rendimento Social de Inserção, muitos portugueses continuam a chamar-lhe “rendimento mínimo” e chega a cada vez menos pessoas.

O Jornal de Notícias partilha nesta terça-feira que, em Janeiro deste ano, havia em Portugal pouco mais de 195 mil beneficiários do Rendimento Social de Inserção. Há quase 95 mil famílias a receber essa ajuda.

Olhando para trás, verifica-se que este é o número mais baixo desde 2006. Há 17 anos que não havia esta contabilidade “baixa” no RSI.

motivos para esta descida. O primeiro apontado é a subida do salário mínimo, que aumentou os rendimentos de muitas famílias carenciadas.

A subida de outros apoios sociais e dos números do emprego – embora estes estejam em tendência inversa, agora – também ajuda.

Mas o factor principal será outro: enquanto salários e apoios aumentaram, o valor de referência para uma pessoa ou família receber o RSI foi o mesmo desde 2020 até ao mês passado: praticamente 190 euros. Quem recebia em média mais do que isso, não recebia apoio.

Esse valor foi actualizado e, agora em Março, sobe de 189,66 euros para 209,11 euros – e a próxima contabilidade oficial deverá ser diferente.

A região que registou maior queda no número de beneficiários foi os Açores, que baixou praticamente para metade, nos últimos cinco anos – que coincide com o Governo PSD/CDS-PP, apoiado pelo Chega. É no Porto que há mais beneficiários do RSI: 48 mil.

Pouco mais de metade (53%) dos beneficiários são mulheres e um terço do “bolo” total é pago a crianças.

Porque “ninguém consegue sobreviver” com 209 euros por mês, defende Rita Valadas, presidente da Cáritas Portuguesa, “há um aparente desinteresse pela medida e os valores não servem”.

ZAP //

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