Com a facilidade em adquirir câmaras fotográficas cada vez mais sofisticadas, o reflexo nos olhos das pessoas que foram vítimas de sequestro ou abusos pode tornar-se mais uma arma para solucionar estes crimes.
Rob Jenkins e Christie Kerr, cientistas do departamento de psicologia da Universidade de Glasglow, desenvolveram um método para identificar pessoas em fotografias, através do reflexo nos olhos das pessoas fotografadas.
Rob Jenkins

O reflexo nos olhos das vítimas pode ajudar a identificar o fotógrafo
Ampliando fotografias de rostos tiradas em alta resolução, é possível identificar as pessoas que tiraram a foto ou que estavam presentes no momento, cujo reflexo tenha ficado gravado nos olhos da vítima.
A técnica permite, por exemplo, combinar pares de imagens, se forem recolhidas “amostras” dos dois olhos.
Em teoria, estas imagens contêm informações com a disparidade binocular necessária para reconstruir uma representação 3D do ambiente a partir do ponto de vista do fotografado.
Steve Jurvetson

Consegue identificar esta figura?
As fotos da experiência foram tiradas com uma câmara de 39 megapixels e num ambiente bem iluminado, mas os cientistas defendem que a massificação do uso de telemóveis, com lentes cada vez mais potentes, tornará mais fácil o trabalho dos investigadores que escolham utilizar esta técnica.
A técnica baseia-se também na capacidade que o cérebro humano tem de identificar padrões e reconhecer caras, mesmo com imagens de baixa resolução ou pixelizadas.
A imagem ao lado tem uma resolução de apenas 16×20 pixels, mas todos nós reconhecemos a figura, certo?
A realidade apanha a ficção
Em meados de 2009, o utilizador do YouTube tempura1234 publicou um vídeo com um excerto de um episódio de CSI-NY. Deu ao vídeo o título de “Why I Don’t Watch CSI”.
No episódio, o detective Mac Taylor identifica um assassino pelo reflexo na córnea de uma fotografia da vítima. Para tempura1234, “isto é apenas estúpido”. Foi o último episódio que viu de todas as séries CSI.
Mas, apenas 5 anos depois, parece que a realidade ultrapassou a ficção.
Adriano Padilha, ZAP