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Reflexão, ritual ou mundo idealizado. Um Natal sem filmes, não é Natal

Se é daquelas pessoas que passa a noite da Natal com uma chávena na mão, meias nos pés e um filme na televisão, saiba que não está sozinho. Nesta altura do ano, os filmes tornam-se parte das celebrações de muitos norte-americanos.

Os filmes de Natal são uma espécie de reflexão, e quem o sustenta é Christopher Deacy, um investigador de estudos religiosos, no seu livro Christmas as Religion. O especialista sustenta que este tipo de filmes são um “barómetro de como podemos querer viver e como nos podemos ver a nós mesmos”.

Ao mesmo tempo que realçam valores éticos e hábitos sociais, estes filmes oferecem uma vasta gama de retratos da vida quotidiana: desde família a relacionamentos amorosos, passando por viagens e aventuras. Os filmes de Natal têm de tudo um pouco.

No entanto, ao mesmo tempo que estes filmes levam os espectadores a ver as maravilhas do mundo fictício, também ajudam as pessoas a trabalhar os seus próprios medos. Estes filmes natalícios podem proporcionar consolo, reafirmação e, algumas vezes, até coragem para enfrentar situações difíceis. No fundo, estes filmes são uma fonte de esperança.

S. Brent Rodriguez-Plate, do Hamilton College, nos Estados Unidos, sustenta que, quando as pessoas veem parte da sua própria vida retratada na televisão, o ato de ver o filme acontece de uma forma muito semelhante a um ritual religioso.

Quando um cristão reza, conecta-se a Deus (uma força transcendente). O mesmo acontece com os filmes natalícios – mas, neste cenário, a força transcendente é representada pelo amor ou pelo poder da família.

Os filmes criam também uma espécie de mundo encantado e fazem-nos querer viver dentro da televisão para sempre. Há filmes de Natal que pintam o mundo como se este não tivesse um lado obscuro. Outros, abordando o consumismo (e a importância que assume nesta altura do ano), centram-se na mensagem: o verdadeiro significado do Natal.

S. Brent Rodriguez-Platedestaca, num artigo assinado no The Conversation, que apesar de o Natal ser um feriado religioso, os filmes não são religiosos no sentido tradicional, uma vez que quase nunca existe uma menção a Jesus ou ao cenário bíblico do seu nascimento.

Os filmes de Hollywood continuam a construir o Natal como uma realidade alternativa, criando mundos que estimulam emoções positivas.

 

ZAP //

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