Qual é o recorde de tempo que alguém já passou sem dormir?

O recorde pertence a Robert McDonald, que em 1986 ficou quase 19 dias sem dorimir. O Guinness World Records deixou de aceitar novas tentativas devido aos riscos da privação do sono para a saúde.

Durante os anos 50 e 60, a privação de sono tornou-se uma tendência bizarra, com indivíduos a competirem para se manterem acordados durante períodos cada vez mais longos. Iniciada por DJs de rádio em busca de publicidade, a competição rapidamente se intensificou, culminando com o feito recorde do duplo profissional Robert McDonald em 1986: 18 dias, 21 horas e 40 minutos sem dormir.

No entanto, os riscos de tais façanhas levaram o Guinness World Records a deixar de reconhecer os feitos de privação de sono em 1997. Preocupada com os potenciais danos, a organização declarou o recorde de McDonald’s inalterado, mas sublinhou que já não monitoriza este tipo de tentativas. Notavelmente, o Guinness relata que McDonald não sofreu efeitos duradouros na saúde devido ao seu recorde – um resultado que os especialistas consideram feliz.

A investigação médica sublinha os perigos da privação de sono grave. A Johns Hopkins Medicine adverte que a falta de sono prolongada aumenta os riscos de cancro colorretal, diabetes, doenças cardíacas e demência. A privação de sono pode também acelerar o envelhecimento do cérebro em três a cinco anos.

O antigo recordista Randy Gardner, que passou 11 dias sem dormir em 1964, relatou efeitos alarmantes a curto prazo, incluindo alucinações e défices de memória. Gardener comparou a sua experiência aos sintomas do início da doença de Alzheimer. Embora as deficiências de Gardner se tenham resolvido depois de ter voltado a dormir, a sua experiência realça o impacto cognitivo imediato da privação extrema de sono.

Curiosamente, os investigadores acreditam agora que até mesmo os recordistas mais dedicados tiveram provavelmente “microsonos” – breves lapsos inconscientes de sono que duram apenas alguns segundos. Este fenómeno sugere que ninguém conseguiu realmente ficar completamente sem dormir durante as suas tentativas, apesar dos seus feitos impressionantes, explica o IFLScience.

As proezas de McDonald e Gardner continuam a ser curiosidades históricas, servindo mais como contos de advertência do que como feitos a imitar. A tendência, outrora um testemunho de resistência, sublinha agora a importância crítica do sono para a manutenção da saúde física e mental.

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