Reclusos vão começar a ter consultas por videoconferência

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As consultas feitas por videoconferência dentro dos estabelecimentos prisionais vão começar em fase-piloto já no final deste ano.

Caso seja generalizada, esta medida possibilita aos reclusos terem consultas de especialidade por médicos do Serviço Nacional de Saúde, evitando também as saídas das prisões e as tentativas de fuga, avança o Diário de Notícias.

As tele-consultas já foram implementadas em algumas zonas do país, sobretudo naquelas onde não existem determinados especialistas, e agora vão avançar em fase-piloto em dois hospitais – Centro Hospitalar de Setúbal e Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra -, e deverão ser alargadas com apoio comunitário.

De acordo com o diretor de serviços da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais José Semedo Moreira, “caso estes projetos-piloto corram bem, (…) temos um projeto, submetido a candidatura ao Portugal 2020, que se pretende alargar a todo o país, quer com as entidades externas à DGRSP quer aproveitando os recursos internos, nomeadamente em sede de consulta externa com o Hospital Prisional”.

O responsável calcula que esta medida possa “evitar cerca de 30% das deslocações para consultas de especialidade”, ou seja, cerca de quatro mil consultas por ano.

Os reclusos têm acesso a cuidados de saúde no interior dos estabelecimentos prisionais, uma vez que todos têm uma equipa médica e outra de enfermagem. No entanto, quando se trata de algumas especialidades, os reclusos têm de se deslocar ao hospital prisional de Caxias ou então aos hospitais públicos.

A nova medida permite uma redução das despesas, embora seja ainda difícil calcular um valor exato. Segundo Fernando Gomes da Costa, responsável pelo projeto nos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, “cada deslocação implicava a saída de uma viatura, dois motoristas e dois polícias, o que tem custos dezenas de vezes superiores”.

Para este sistema “basta uma webcam e uma sala onde o doente possa estar, geralmente acompanhado pelo médico da prisão e pelo do hospital, que faz a consulta”, explica o responsável.

Sempre que se registe um caso urgente ou que precise de acompanhamento presencial continua a ser encaminhado para as unidades de saúde.

Quando o sistema for implementado, são esperadas, sobretudo, consultas de infeciologia, gastroenterologia, dermatologia e urologia.

ZAP

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