O israelita Ori Greenhut, de apenas sete anos, estava a andar de bicicleta com amigos quando tropeçou numa estatueta com mais de três mil anos que representará aquilo que a Bíblia designa como um ídolo dos cananeus, expulsos da região agora ocupada por Israel.
O achado arqueológico foi encontrado no monte Tel Rehov, em Israel, conforme revela a Autoridade Israelita das Antiguidades (AIA), a quem a família do rapaz entregou a estatueta que representa uma figura feminina.
Os arqueólogos que analisaram o artefacto apontam para que terá 3.400 anos, situando-o entre os séculos XV e XIII a.C., ao tempo do antigo reino de Canaã, localizado onde se situa actualmente Israel.
“Alguns investigadores pensam que a figura exibida é a de uma mulher de carne e osso, outros vêem-ma como a deusa da fertilidade Astarte, conhecida de fontes canaanitas e da Bíblia”, explica o professor Amihai Mazar, da Universidade Hebraica, que lidera as escavações arqueológicas em Tel Rehov.
“É altamente provável que o termo trafim mencionado na Bíblia se refira mesmo a figuras deste tipo”, diz ainda o professor citado pela AIA.
A Bíblia usa o termo hebraico trafim para se referir a esculturas de ídolos.
Os cananeus, o nome porque eram conhecidas genericamente as diversas tribos de Canaã, são descritos na Bíblia como um povo amoral que adorava falsos ídolos e que deveria ser destruído para que os descendentes de Abraão ocupassem a região.
“Evidentemente, a estátua pertenceu a um dos residentes da cidade de Rehov que era, na altura, governada pelo governo central dos faraós egípcios”, acrescenta Amihai Mazar.
Quanto ao rapaz, recebeu um certificado de apreço, pelo gesto de bom cidadão, por ter entregue o achado arqueológico às autoridades.
SV, ZAP