Racismo: Alonso não se ajoelha. “É adulto e tomou a sua decisão”

Treinador do Chelsea comentou a decisão do espanhol, que deixou de se ajoelhar antes dos jogos do campeão europeu.

Há alguns meses que, antes de cada jogo da Premier League, todos os jogadores e árbitros se ajoelham no relvado, como sinal de combate ao racismo.

O gesto foi criado há pouco mais de cinco anos por Colin Kaepernick, que na altura jogava pelos San Francisco 49ers, equipa de futebol americano.

Marcos Alonso deixou de se ajoelhar. Não é o primeiro jogador na Premier League a abandonar esse momento mas é o primeiro elemento do campeão europeu Chelsea a fazê-lo.

O internacional espanhol considera que o gesto de ajoelhar perdeu impacto, comparando com o que acontecia no início desta rotina.

Marcos Alonso sobre apontar para a manga da camisa e não ajoelhar:

“Sou totalmente contra o racismo e sou contra todo tipo de discriminação e prefiro colocar meu dedo no distintivo onde diz “Não ao Racismo”, como acontece em alguns outros esportes e futebol em outros países.” pic.twitter.com/rLiGUCI9z0

— ⭐ Chelsea Fans Brasil ⭐ (@ChelseaFansBra) September 20, 2021

Thomas Tuchel defende a decisão do jogador: “Ele tomou a sua decisão, é um homem adulto e responsável. Essa foi a sua decisão e nós aceitamos. Ele explicou porque o fez”.

“Para mim, o mais importante é que eu conheço o Marcos enquanto pessoa e acredito a 100 por cento que ele está totalmente contra qualquer tipo de racismo”, sublinhou o treinador do Chelsea.

“E não há qualquer dúvida à volta disso: todos somos contra o racismo”, continuou o técnico alemão.

Tuchel comentou também que, por vezes, pode ser precisa uma acção que vá contra a rotina “para despertar” novamente as pessoas para o assunto e para que haja novas discussões e possivelmente uma nova direcção.

“Há muitas formas de combater o racismo”, lembrou o treinador do Chelsea, que concorda que, após tantos jogos que foram precedidos por esse momento, o gesto de se ajoelhar pode ter perdido impacto.

“Aliás, acho que a ideia do Marcos Alonso é: isto não pode terminar assim, não se pode transformar numa coisa normal. Ele pensa que há sempre algo mais para fazer e eu percebo isso. E acho que está certo”, analisou o técnico.