Um doente covid-19 em Portugal está a infetar, em média, menos de uma pessoa, segundo dados do Instituto Ricardo Jorge revelados esta quinta-feira, que mostram que o Rt voltou a estar abaixo do 1.
“Atualmente, o Rt está abaixo de 1, com valor de 0,99”, anunciou Baltazar Nunes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, durante a reunião do Infarmed, apontando que o decréscimo é resultado do que se passa na zona norte e em Lisboa e Vale do Tejo.
Se o Rt for igual a 1 quer dizer que uma pessoa infetada vai dar origem a outro caso.
Na região norte, que tem sido a zona mais afetada pela pandemia, verifica-se este mesmo comportamento de redução de novas infeções, já que o Rt é agora de 0,96, avançou Baltazar Nunes. Lisboa e Vale do Tejo tem “um Rt em cima do 1”, mas também aqui existe uma transmissibilidade ao nível da estabilização ou mesmo decréscimo.
As restantes regiões mantêm o seu Rt acima ou muito próximo do 1, sendo preciso em alguns casos esperar dias ou semanas para se perceber qual será a evolução da situação.
No Centro também se regista “uma diminuição de transmissão”, mas esta região ainda apresenta um Rt acima de 1, segundo os dados analisados entre a semana de 23 a 27 de novembro. Apesar disso, o especialista aponta “uma tendência de decréscimo clara” naquela zona do país. No entanto, o comportamento das regiões com menos população são diferentes, “não têm o mesmo padrão”, salientou.
O Alentejo e o Algarve continuam a preocupar as autoridades: O Alentejo mantém um Rt acima de 1 e “com uma taxa de crescimento”, assim como o Algarve continua a crescer, apesar de ter um Rt já muito próximo do 1.
No que toca às ilhas, a Madeira está a atravessar uma situação menos preocupante, uma vez que apresenta valores estáveis e também com o Rt próximo de 1. Os Açores, que durante muito tempo tiveram uma incidência baixa, registaram “um crescimento no final do mês de outubro que parece estar a estabilizar”, avançou Baltazar Nunes, sublinhando no entanto que ainda são precisos alguns dias para se poder confirmar estar tendência.
No mesmo encontro no Infarmed, Henrique Barros, professor da Universidade do Porto, diz que os dados disponíveis levam a crer que “neste momento haverá já um milhão de pessoas que teve [contacto com o novo coronavírus]”.
“Com intervalo grande de margem de erro, são entre 600 mil e 1,8 milhões (…) Entre 15% a 20% da população já estará imunizado, por contacto com vírus. Se estará eficazmente protegido é uma das faces desta incerteza que temos”, explicou.
ZAP // Lusa
Oficiosamente, o panorama pandémico diverge muito daquele que os portugueses conhecem.
Porque aquilo que é oficial não corresponde à verdade da oficiosidade.