O presidente independentista da Catalunha perdeu o seu mandato como deputado regional, esta segunda-feira, o que levanta dúvidas sobre a sua continuação à frente do Governo regional.
Quim Torra, do partido Juntos pela Catalunha de Carles Puigdemont, fugido na Bélgica, foi abandonado nesta questão pelo outro grande partido separatista, o ERC (Esquerda Republicana da Catalunha).
A questão agora é de saber se a perda do mandato como membro do Parlamento regional vai também levar à sua retirada da presidência da Generalitat.
De acordo com o estatuto da Catalunha, o presidente deve ser escolhido entre os deputados regionais, mas ainda não é claro se deve abandonar o lugar de forma automática.
O confronto no Parlamento regional entre os dois maiores partidos independentistas que governam coligados a região está a alimentar os rumores sobre uma eventual marcação de eleições antecipadas na Catalunha.
Torra pediu à ERC para o acompanhar em mais esta desobediência à Justiça, que lhe retirou temporariamente o seu mandato. Mas este partido que, ao contrário do Juntos pela Catalunha, apoiou a recondução de Pedro Sánchez como chefe do Governo espanhol, recusou.
O mandato de Torra no Parlamento regional foi-lhe retirado depois de ter sido condenado, em dezembro passado, a 18 meses de inelegibilidade por se ter recusado a obedecer à comissão nacional de eleições espanhola.
A instituição exigiu que removesse os símbolos pró-independência da fachada do edifício do Governo regional durante as Legislativas de abril de 2019, visto que o Executivo catalão, que preside, deve ser imparcial aquando de consultas eleitorais.
De nada serviu a Torra ter recorrido desta condenação, pois a comissão eleitoral ordenou a retirada do seu mandato como membro do Parlamento sem demora no início de janeiro. A decisão foi confirmada, na semana passada, pelo Supremo Tribunal.
Pedro Sánchez foi confirmado primeiro-ministro graças à abstenção do ERC numa votação no início do ano. Em troca, o primeiro-ministro prometeu negociações com o Executivo regional para encontrar uma solução para o “conflito político” na Catalunha.
// Lusa