Foi num comício ao rubro que Kamala Harris apresentou ao mundo o seu candidato a vice-presidente, que é tão consensual entre os Democratas que até já há quem estranhe toda esta união.
“É o tipo de vice-presidente que a América merece”. Foi com este voto de confiança público que Kamala Harris anunciou Tim Walz como o número 2 da sua campanha num comício entusiasmante na Pensilvânia.
Na sua primeira intervenção como candidato a vice-presidente da candidatura Democrata, o Governador do Minnesota mostrou-se pronto para o desafio. “Temos 91 dias. Meu Deus, isso é fácil. Já vamos dormir quando estivermos mortos”, declarou.
Um ex-professor de secundário e um veterano, Walz soma já uma vasta experiência na política. Aos 60 anos, serviu 6 mandatos como congressista e é Governador do Minnesota desde 2018, onde se tem afirmado como um dos Governadores mais progressistas do país.
Com maioria magra de apenas um lugar, conseguiu aprovar medidas como refeições escolares gratuitas para todos, cortes de impostos para a classe trabalhadora, proteções ao acesso ao aborto, 12 semanas pagas de licença parental ou de doença, cursos gratuitos nas universidades públicas abaixo dos 80 mil dólares, registo automático dos eleitores, legalização da canábis ou a proibição das terapias de conversão para homossexuais.
Em questões ambientais, Walz também garantiu a aprovação de uma meta para a neutralidade carbónica da eletricidade até 2040 e a proibição dos PFAS, conhecidos como os “químicos eternos”. Sobre a violência armada, o Minnesota impõe agora verificações universais de antecedentes aos compradores de armas.
Por entre as constantes interrupções da multidão em folia, Harris garantiu que Walz estará “pronto no primeiro dia” e comparou a sua candidatura com a de Trump e JD Vance com um “confronto entre a equipa principal e as reservas”. “Ele é o tipo de pessoa que faz as pessoas sentir que pertencem e que as inspira a sonhar alto. É esse o tipo de vice-presidente que ele será”, elogiou ainda.
Perante uma plateia que pode ser decisiva na Pensilvânia, Walz lembrou as suas credenciais enquanto um camarada de uma pequena vila do midwest que consegue alcançar “compromissos sem comprometer os meus valores”.
O Governador do Minnesota lembrou ainda a “regra dourada” nesta região do país: “cuida da tua vida“. Numa altura em que o acesso às fertilizações in vitro estão sob ameaça por causa dos Republicanos, Walz lembrou este lema quando revelou que recorreu a este método para conceber os seus dois filhos.
Num ataque que já se tornou uma das principais estratégias da campanha Democrata, Walz voltou a apelidar Trump e Vance de “estranhos”. “Estes tipos são sinistros e, sim, muito estranhos“, atacou.
Sobre JD Vance, Walz não pode esconder o entusiasmo pelo confronto direto. “Tenho de confessar, mal posso esperar por debater contra ele. Isto é, se ele estiver disposto a sair do sofá e aparecer”, atirou, com um referência ao meme viral que alega que o número 2 de Trump fez sexo com um sofá.
Walz aparecerá com Harris ainda esta terça-feira em um evento de campanha em Filadélfia, na Pensilvânia, antes de a dupla iniciar uma viagem de cinco dias por outros estados decisivos para a eleição.
Os dois também falarão na Convenção Nacional Democrata no final deste mês, de 19 a 22 de agosto, em Chicago, quando a nomeação Harris-Walz será formalizada.
Como Kamala escolheu Walz
Depois de ter passado várias semanas a analisar dezenas de potenciais candidatos, a corrida reduziu-se a apenas dois nos últimos dias: Tim Walz e o Governador da Pensilvânia Josh Shapiro.
Apesar de Shapiro ter inicialmente parecido ser o favorito dada a importância de uma vitória na Pensilvânia, as suas posições fervorosamente pró-Israel podem ter assustado Kamala, dado que o conflito no Médio Oriente é um dos temas que mais divide o eleitorado e já está a custar votos aos Democratas no Michigan — outro estado decisivo com uma grande comunidade árabe e muçulmana.
De acordo com o Politico, Walz terá convencido Kamala Harris durante a entrevista. “Estou no fim da minha carreira. Isto não é sobre mim, isto é sobre as famílias trabalhadoras da América”, terá dito o Governador do Minnesota, que garantiu que não estava interessado em ser vice-presidente devido à sua ambição pessoal.
Enquanto Shapiro já tinha anti-corpos com grupos pró-Palestina, incluindo a ala mais progressista dos próprios Democratas, o Senador Mark Kelly — cujo nome também estava em cima da mesa — estava a ser atacado por líderes sindicais dado ser um dos poucos Decmoratas que se opôs a uma mega-reforma da lei laboral.
Walz surgiu assim como o candidato mais óbvio, dado ser “provavelmente a pessoa sem nenhum grupo organizado contra ele”. “Os progressistas acham que é um tipo confiável. Ele tem credibilidade bipartidária que modera o respeito”, revela um assessor anónimo ao Politico.
O carisma de Walz e o seu humor afiado também serão sido fatores tidos em conta, assim como as suas vitórias notáveis no Congresso, onde foi eleito num distrito historicamente Republicano.
Esta habilidade de agradar universalmente o partido não passou despercebida à congressista Alexandria Ocasio-Cortez, da ala mais progressista do partido, que brincou no Twitter que os Democratas estão a mostrar “níveis desconcertantes de união” em torno desta escolha.
Se Ocasio-Cortez ficou contente com a aposta, o mesmo pode ser dito de nomes bastante mais conservadores, como Nancy Pelosi, que terá sido uma das principais defensoras de Walz a sussurrar no ouvido de Kamala Harris.
Até Joe Manchin, o Senador ex-Democrata que foi uma das principais pedras no sapato de Biden devido à sua proximidade aos Republicanos, elogiou a escolha, considerando que Walz poderá “trazer a normalidade de volta ao ambiente político mais caótico que a maioria de nós já viu”.
Apesar de Joe Biden ser um grande adepto de Shapiro, de acordo com a CNN, Walz também era uma das opções favoritas do Presidente. “Ele é muito divertido“, revela uma fonte, que adianta que a equipa da Casa Branca até brincou que deviam arranjar formas de ter Walz mais vezes perto de Biden, já que ele “ficava sempre bem disposto” depois de se encontrar com o Governador.
A imagem de um homem simples do midwest também terá cativado Harris, que tem um perfil bastante diferente dado ser oriunda da Califórnia. “Ele consegue identificar-se com o trabalhador”, revela uma pessoa próxima à campanha. “Trata-se realmente de uma América rural, de poder ir ao Wisconsin, dos agricultores, de poder ir a Ohio, Michigan e Pensilvânia e falar com os eleitores rurais”, acrescenta.
O congressista Jim McGovern concorda, descrevendo Walz como um “tipo normal” que defende os direitos das crianças, famílias trabalhadoras e direitos civis.
Os doadores também ficaram impressionados com Walz, alguns dos quais acompanhavam o seu trabalho no Minnesota há anos. Na semana passada, o governador apareceu numa chamada pelo Zoom com 60 grandes doadores democratas e causou impacto.
Para além dos grandes doadores, as pequenas doações também estão a notar efeito. Enquanto Walz discursava esta terça-feira, a campanha Democrata disse ter arrecadado mais de 20 milhões de dólares com doações pequenas, outra soma colossal desde a ascensão de Harris.
Folclore… mediatismo. Vai-se ver, e… só borradas. Por favor, Trump, volta e derrota a esquerdalhada…!
O aprendiz de ditador, mentiroso, do Trump, provocou o Crash da bolsa ao dizer que não defenderá Taiwan e agora chama-lhe o Crash Kamala. Não sejam fanáticos….abram os olhos!