“Quem não está com Pinto da Costa, morre”. MP detalha ameaças e conluios na AG do FC Porto

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Fernando Madureira, líder dos Super Dragões

O MP acredita que vários dirigentes do FC Porto foram coniventes e incentivaram o clima de intimidação na Assembleia Geral de novembro, que acabou com desacatos e agressões aos adeptos.

A operação policial que ontem sacudiu as estruturas do Futebol Clube do Porto e a sua claque, os Super Dragões, culminou na detenção de doze indivíduos, incluindo figuras proeminentes como Fernando Madureira, apelidado de “Macaco Líder”, e a sua esposa Sandra, assim como Vítor Catão, um adepto notório pelas suas ameaças a jornalistas durante a Assembleia Geral (AG) tumultuosa do clube.

Esta acção policial foi desencadeada dois meses e meio após os conflitos na AG de 13 de novembro e baseia-se em acusações de ofensas corporais qualificadas, ameaças, coação, e atentados contra a liberdade de imprensa.

Em comunicado, o Comando Metropolitano do Porto da PSP disse ainda ter apreendido droga, uma arma de fogo, vários milhares de euros, três automóveis, mais de 100 bilhetes para eventos desportivos e dispositivos eletrónicos ou documentos de relevo para a operação.

Em causa estavam discórdias internas por causa da proposta de alteração dos estatutos do clube, que facilitaria os negócios entre o clube e os familiares dos dirigentes. Vários membros da claque consideravam a oposição a esta mudança uma traição e partiram para a violência. A frase “quem não está com Pinto da Costa, morre!” foi também proferida na reunião.

Entre os detidos, encontram-se também os funcionários do clube Fernando Saul e Tiago Aguiar, além de membros da claque Super Dragões — notavamente Hugo Polaco, que terá ajudado Madureira a distribuir pulseiras aos não sócios já previamente convocados para os intimidar, e Carlos Nunes, conhecido por “Jamaica”.

Vítor Oliveira e o seu filho, ambos conhecidos por “Aleixo”, assim como o ex-jogador Tozé Sá, foram ainda detidos por suspeitas de estarem envolvidos nas agressões. Hugo Loureiro, que é também suspeito no caso de vandalismo e ataque ao segurança do prédio de André Villas-Boas, é outro dos detidos, avança o Correio da Manhã.

O Ministério Público suspeita da conivência de vários dirigentes portistas no clima tenso instaurado na AG, com Adelino Caldeira mencionado especificamente como alguém que teria incentivado a formação de um grupo para calar os opositores.

O MP acredita ainda que o apoio cerrado de Madureira a Pinto da Costa se baseia no negócio da venda de bilhetes, com o líder dos Super Dragões a temer perder esta fonte de dinheiro caso André Villas-Boas vença as eleições.

O reforço policial notável, tanto na operação de detenção como no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto, sublinha a seriedade com que as autoridades estão a tratar o caso.

FC Porto suspende associados

O FC Porto anunciou ontem ter suspendido três associados do clube da I Liga de futebol entre seis meses e um ano, após ter instaurado outros tantos processos disciplinares, devido aos desacatos na Assembleia Geral (AG) extraordinária.

Em comunicado, os ‘azuis e brancos’ divulgaram as consequências das diligências feitas internamente, quase três semanas e meia depois de o presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar do clube, Jorge Guimarães, ter adiantado à agência Lusa que já estavam em curso três processos e que tinham sido remetidas as notas de culpa aos sócios visados.

“O FC Porto tomou conhecimento de diligências relacionadas com os acontecimentos da AG de 13 de novembro [do ano passado], que resultaram na detenção de dois dos seus funcionários presentes naquela reunião. Não sendo visado, o clube reitera a intenção de continuar a colaborar com as autoridades em tudo o que lhe for solicitado”, reagiram os ‘dragões’, dispostos a “agir em conformidade” se resultarem mais factos da investigação.

Adriana Peixoto, ZAP // Lusa

5 Comments

  1. A impunidade foi total durante anos. Agigantaram-se e criaram um MONSTRO! Agora que o abatam! Simples? Deveria ser, mas como os regimes totalitários, não se aceitam bem as mudanças no poder… Siga, mais pipocas, sff!

  2. Eu sempre disse: é o Pinto da Costa no Porto e o Alberto João na Madeira!
    Nunca em toda a minha vida vi duas amostras de gente tão iguais.
    É mesmo de “venha o diabo e escolha”.
    Mas é como diz o Raven.
    Eles é que sabem da poda!

  3. O tripeirismo selvagem que está no seio deste clube, é muito preocupante. Ou o FCP muda radicalmente ou pode cavar a sua sepultura, nos próximos tempos.

  4. Oh Lucinda. Ambos sempre foram a eleições. O problema dos portistas é de serem convencidos e não tolerarem a maior grandeza de outros. Deveria ser cada um com a sua dimensão e não tentarem abafar uma menor grandeza com gestos selvagens e estapafúrdios. O Porto não é a capital (em termos de dimensão populacional) e isso também os atormenta, porque não conseguem atingir a grandeza que pretendiam. Por isso, o complexo de inferioridade atormenta-os sempre, embora façam por não o mostrar de forma clara.

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