Quem matou Kennedy? O que dizem os ficheiros secretos revelados pela Casa Branca

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Walt Cisco, Dallas Morning News / Wikimedia

O presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, em Dallas, em 1963, na sua limousine ao lado da mulher, Jackie, poucos minutos antes de ser assassinado.

Milhares de páginas de registos da investigação à morte de John F. Kennedy foram divulgados pela Casa Branca, e podem ser consultados online. Mas o que revelam de novo?

A administração de Donald Trump disponibilizou ao público, através do site dos Arquivos Nacionais dos EUA, 2.200 ficheiros com mais de 63 mil páginas de registos, incluindo fotografias, vídeos e sons, no âmbito da investigação à morte do ex-Presidente John F. Kennedy, assassinado em 1963 em Dallas, no Texas.

Vai ser preciso algum tempo para rever todos os documentos e descobrir se podem, realmente, acrescentar dados novos a tudo o que já se sabe.

Para já, não foram detectadas grandes novidades bombásticas e muitas das perguntas mais importantes sobre o assassinato continuam sem resposta.

O ex-fuzileiro naval dos EUA Lee Harvey Oswald foi condenado como o autor do assassinato, concluindo-se que actuou como “lobo solitário”, sem ajuda de terceiros.

Mas o facto de ter desertado para a então União Soviética, antes de voltar a casa, no Texas, ajudou a alimentar teorias da conspiração sobre o envolvimento da Rússia, tanto mais que se estava em plena Guerra Fria, com a tensão latente entre norte-americanos e russos.

Oswald acabou por ser assassinado dois dias depois de ter sido detido, durante a transferência da prisão onde se encontrava, o que continuou a alimentar as teses conspirativas.

Ficheiros da morte de Kennedy notam que Oswald era péssimo atirador

Alguns dos documentos divulgados agora pela Casa Branca, confirmam o que outros já tinham indiciado, que a CIA tinha Lee Harvey Oswald debaixo da mira muito antes do assassinato de Kennedy.

Há, nomeadamente, relatos de uma viagem de Oswald à Cidade do México, que foi acompanhada pela CIA, e onde se relata que o ex-militar “falou abertamente sobre matar Kennedy“.

Existem ainda telegramas e memorandos da CIA a discutirem visitas de Oswald às embaixadas soviética e cubana durante essa mesma viagem, que decorreu poucas semanas antes do assassinato.

Mas também há informações dos agentes da CIA em São Petersburgo, na Rússia, a constatarem que, segundo a inteligência recolhida, era improvável que Oswald fosse um agente controlado pelo KGB, os serviços secretos russos.

Este mesmo memorando sublinha que “o KGB observava [Oswald] de perto e constantemente, enquanto ele esteva na URSS”.

O mesmo documento ainda expressa que Oswald era um péssimo atirador, relatando uma análise à sua pontaria enquanto estava na ex-União Soviética.

Apesar disso, terá conseguido assassinar Kennedy com um tiro a longa distância.

Métodos da CIA revelados e a má relação com Kennedy

Vários documentos lançam também alguma luz sobre o relacionamento de Kennedy com a CIA, dando nota de alguma turbulência entre ambas as partes, o que também não é exactamente novidade.

Há um memorando que revela uma nota escrita do assessor de Kennedy, Arthur Schlesinger, a criticar a CIA e a sua influência na política externa dos EUA.

Esse documento também revela a presença da CIA em Embaixadas dos EUA noutros países, nomeadamente nos de aliados como França.

Os documentos revelam igualmente algumas das técnicas de recolha de informação da CIA durante as operações da Guerra Fria, mostrando, por exemplo, o uso de uma tecnologia de raios X para mostrar imagens do interior de um objecto, e que seria utilizada para detectar microfones ocultos.

Outro ficheiro mostra como a CIA usava um sistema para etiquetar e identificar secretamente cabines telefónicas públicas manipuladas, para interceptar chamadas, com recurso a uma tinta visível apenas sob luz ultravioleta.

Ainda há ficheiros por divulgar

O que foi divulgado “não inclui dois terços dos ficheiros prometidos, nenhuma das recentes descobertas do FBI, nem 500 registos da Receita Federal”, lamenta o vice-presidente da Fundação Mary Ferrell, um repositório para arquivos relacionados com o assassinato de Kennedy, em declarações citadas pela agência de notícias Associated Press.

“No entanto, esta é a notícia mais positiva sobre a divulgação dos arquivos de JFK desde a década de 1990”, assume Morley.

A CIA e o FBI ainda terão nas suas mãos documentos que não foram divulgados por questões de segurança nacional.

Trump tinha prometido que os ficheiros seriam revelados sem censuras, mas isso não é totalmente verdade. Alguns ainda incluem dados rasurados.

Contudo, há menos censura do que nas divulgações anteriores, nomeadamente em 2023, quando a administração de Joe Biden tornou pública uma parte dos documentos da investigação.

ZAP //

4 Comments

  1. Claro que não vão divulgar tudo como prometido, mais agora com a ligação de Trump ao Putin.
    Neste momento Putim está a ensinar Trump como se manter no poder, para além do fim deste segundo mandato.

  2. Muito interessante a divulgação dos arquivos relacionados com o assassinato do Presidente John Kennedy, para além do envolvimento do regime da Inglaterra e da «CIA» no assassinato temos também o envolvimento dos Judeus/”Estado” de “Israel”.

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