“Quem manda nas seleções são os agentes, para valorizar jogadores, interesses”

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Carlitos relembra a altura em que foi chamado à seleção de sub-21 pela mão do empresário José Veiga. O antigo jogador do Benfica diz que “quem manda nas seleções são os agentes”.

Aos 37 anos, Carlitos teve uma carreira vasta por Portugal, Suíça e Alemanha. Atualmente sem clube, o jogador concedeu uma entrevista à Tribuna Expresso onde relembrou alguns dos episódios mais marcantes da sua vida. Ainda gaiato, destacou-se no Amora FC e falou do interesse do Estoril, do União da Madeira e do ex-agente José Veiga.

“Depois apareceu um senhor, um velhinho de cabelo branco que era empresário e conhecia o José Veiga. Ainda estava no Amora quando cheguei a ir ao Atlético de Madrid para treinar. Fiquei lá duas semanas mas não aguentei, fartei-me de chorar”, contou o antigo jogador “encarnado”, falando de saudades de casa.

Posteriormente seria apresentado a Veiga que viria a fazer a ponte para assinar pelo Estoril. “Como o José Veiga tinha ações do Estoril Praia ligou ao treinador, que na altura era o Ulisses Morais. ‘Ó Ulisses conheces o Carlitos? O que é que achas?’; ‘Quem, o Carlitos que joga no Amora?’; ‘Sim, sim’; ‘Fica já com esse miúdo’. Ele tinha em voz alta. ‘Esse miúdo é muito bom’. E o Veiga, na hora, assinou comigo”, recordou Carlitos.

Quando Veiga se tornou diretor desportivo do Benfica, levou Carlitos com ele. “Na altura tinha o FC Porto e o Benfica a disputar-me, ainda fui falar com o Pinto da Costa, ao Porto”. Apesar dos portistas pagarem mais, o coração falou mais alto e viria mesmo a assinar com o Benfica.

O extremo viria mais tarde a ser convocado para um Europeu de Sub-21, mas nunca mais teve outra oportunidade. “Quando estive no Basileia joguei contra o Barcelona, joguei contra várias equipas e sempre fui um dos melhores da minha equipa, mas nunca tive oportunidade na seleção”, lamentou.

No entanto, reconhece que a sua chamada à seleção de sub-21 nada teve a ver com o seu talento. “Eu fui à seleção de Sub-21 por causa do Veiga basicamente. Fui o único da II Liga a ir naquela altura para a equipa de Sub 21 porquê? Porque o Veiga é que me conseguiu meter lá”, explicou, dizendo ainda que “o futebol é um negócio de interesses”.

“Acho que a seleção vive à base de jogos de interesses. Os empresários é que mandam, como o Jorge Mendes. A equipa de Portugal é quase toda do Jorge Mendes. Tudo jogos de interesse, para ter internacionalizações para o valor do jogador subir”, atirou.

ZAP //

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