Restam quatro candidatos à sucessão a Boris. Sunak é o favorito e adivinha-se batalha entre Truss e Mordaunt

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Tom Tugendhat foi o nome mais recente a cair, restando Rishi Sunak, Penny Mordaunt, Liz Truss e Kemi Badenoch na corrida. Com Sunak já quase garantido na final , adivinha um duelo entre Mordaunt e Truss para o outro lugar.

Já só restam quatro candidatos na corrida à liderança dos Conservadores. Na última ronda de votações, Tom Tugendhat, chefe da comissão de Negócios e Estrangeiros no Parlamento, foi o candidato que caiu após ter apenas 31 votos.

O sistema de votação de eleição de um novo líder dos Conservadores consiste em várias rondas de votação entre os deputados, sendo o candidato com menos apoiantes progressivamente eliminado. Quando restarem dois nomes, arranca a campanha eleitoral e a decisão passa para as mãos de todos os militantes do partido. O vencedor será conhecido a 5 de Setembro.

Actualmente, Rishi Sunak, o ex-Ministro das Finanças cuja demissão ajudou a precipitar a queda de Boris Johnson, continua a ser o favorito, tendo conseguido 115 votos, mais 14 do que na última votação.

Penny Mordaunt, a Ministra do Comércio, continua em segundo, com 82 votos, seguindo-se Liz Truss (71 votos), a Ministra dos Negócios Estrangeiros e Secretária da Igualdade Kemi Badenoch (58 votos).

Apesar de ter ficado em segundo, Mordaunt foi a única candidata que perdeu um voto em relação à anterior votação, um sinal de que a sua campanha arrefeceu e que lhe valeu críticas dos apoiantes de Liz Truss, que consideram que Mordaunt estagnou.

Mesmo assim, a pressão também está aumentar sobre Truss. Vista como uma das favoritas, a Ministra ganhou apenas o apoio de mais sete deputados, menos do que os nove que Kemi Badenoch, que é uma candidata vista como uma outsider na corrida, conseguiu conquistar.

Até agora, a corrida tem-se focado muito na economia, numa altura em que a inflação faz estragos no poder de compra dos britânicos. Truss, por exemplo, foi criticada quando defendeu no último debate televisivo, transmitido no domingo, que mudaria o mandato do Banco de Inglaterra para baixar os impostos.

Os candidatos também preparam a artilharia contra o favorito Rishi Sunak, lembrando as polémicas sobre a fortuna da sua família e sobre os negócios da sua esposa na Rússia.

O ambiente e os direitos das pessoas transgénero foram outros temas que marcaram o confronto, que acabou por aquecer tanto que Truss e Sunak anunciaram que não vão participar no debate marcado para esta terça-feira, já que não querem alimentar a divisão dentro do partido.

Apesar de toda esta divisão, num tema todos estiveram em acordo ao deixarem claro que não vão incluir Boris Johnson no seu Governo se vencerem a eleição. Apesar de a maioria ter trabalhado com Johnson, os candidatos receiam que baixa popularidade do primeiro-ministro demissionário possa manchar as suas campanhas — tendo também essa sido a razão que o próprio Boris citou para justificar que não vai apoiar nenhum dos candidatos à sua sucessão.

Os quatro candidatos que restam estão agora a preparar as propostas para aliciar os 31 deputados que apoiaram Tugendhat. Sunak vai apresentar um pacote de reformas criminais esta terça-feira, querendo introduzir mais proteções para mulheres e meninas vítimas de crimes e sugerindo criminalizar o “downblousing”, que consiste em tirar fotos por baixo das blusas das mulheres sem o seu consentimento.

Badenoch é vista como a que está mais em risco de cair na próxima ronda e adivinha-se já um duelo entre Mordaunt e Truss pelo lugar no confronto final contra Sunak, que parece já ter garantido que vai ocupar um das duas cadeiras.

Mesmo com o impulso inicial da sua campanha, as casas de apostas acreditam que Mordaunt sairá perdedora contra Truss, que é mais experiente e um rosto mais conhecido dos britânicos — e a perda de um apoiante na última ronda de votações já pode ser um sinal disso.

Na sua intervenção final aos deputados antes de ser eliminado, Tugendhat deixou avisos aos seus colegas de partido sobre os riscos de se focarem demasiado nas divisões internas e ignorarem o contexto nacional, alertando que os Conservadores arriscam uma “aniquilação como a 1997 nas próximas eleições”.

“O país está à procura de mudança, de uma quebra com o passado, e se não podermos dar-lhes essa mudança, então os Trabalhistas darão. A ameaça que enfrentamos é existencial. O público não acredita em nós. Não estaríamos a ter esta corrida à liderança, não estaríamos tão atrás nas sondagens, se não tivéssemos perdido a fé do povo britânico”, avisou.

Adriana Peixoto, ZAP //

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