Há quartos para arrendar por mais de 2 mil euros em Lisboa

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Há quartos para arrendar por mais de 2 mil euros por mês em Lisboa. Não são casos isolados. Uma análise do mercado revela anúncios com preços muitos altos.

De acordo com a Renascença, os valores começam nos 600 euros e atingem os 1.500 euros.

O CEO da Century 21, Ricardo Sousa, explica os preços com “uma oferta bastante limitada nas soluções de casas partilhadas”.

“O que temos em Portugal são soluções inferiores ao co-living, modelo que tem serviços associados, o que torna os preços pedidos ainda mais caros”, justifica o especialista em mercado imobiliário.

A grande procura e a pouca oferta “faz com que haja naturalmente esse tipo de práticas”, diz a jurista Mariana Almeida, especialista da DECO em imobiliário, em declarações à rádio. “Tem de haver naturalmente alguma regulação e muito orientada. Estamos a tentar sensibilizar o Governo para este facto”.

De facto, a redução de oferta verifica-se em vários distritos. Entre julho de 2021 e julho de 2022, há menos 39% em Coimbra, menos 77% em Lisboa e menos 84% no Porto. Os dados do site Idealista mostram que os valores médios pedidos pelos quartos subiram 18% em Lisboa e 20% no Porto.

O CEO da Century21 admite que se “praticam valores extremamente altos para aquilo que é o poder de compra” e para “o rendimento disponível dos jovens”. No seu entendimento, “é evidente hoje em Portugal é que estar numa casa sozinho é praticamente inviável”.

Na internet, há um anúncio para um quarto em Lisboa que pede mais de 2 mil euros. O quarto tem 35 m2, com casa de banho privativa, televisão, e cozinha e terraço partilhados. 

Numa outra oferta, no Largo da Graça, há um quarto num sótão a arrendar por 1.500 euros. O anúncio especifica que se procura alguém com idades entre os 31 e os 45 anos e que “não é permitido receber visitas”. Além disso, a partir das 22h00, “o silêncio terá de ser absoluto”.

As reações aos anúncios são de incredulidade: “Como fazer 1.600€/mês com o desespero de outros não tendo um pingo de noção ou bom senso. Prémio do dia para mais um tesouro deprimente!”, cita a Renascença.

ZAP //

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