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Um estudo do ISCTE aponta que um quarto dos trabalhadores em Portugal são sobrequalificados para o emprego que têm. Portugal é o segundo país europeu com o valor mais alto, ficando apenas atrás da Grécia.
Segundo avança o Público, um quarto dos trabalhadores em Portugal tem qualificações a mais para o emprego que tem. Os dados são conclusões de um estudo do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa.
Em 2016, cerca 23,6% dos trabalhadores em Portugal tinham qualificações mais elevadas do que as necessárias para o trabalho que tinham. Este valor foi apenas ultrapassado na Europa pela Grécia (23,7%). Já a Finlândia (7,8%) e a República Checa (8,7%) estavam do lado oposto da tabela, com 7,8% e 8,7% de trabalhadores sobrequalificados, respectivamente.
O estudo aponta que o mercado de trabalho nacional não tem capacidade para absorver os jovens que têm saído das universidades nos últimos anos devido à falta de indústrias e serviços de alta tecnologia na economia, que tem um dos pesos mais baixos na União Europeia.
As políticas de austeridade que limitaram as contratações públicas também são outro factor identificado pelos investigadores, já que a recuperação económica em Portugal se baseou mais nos sectores ligados ao turismo, como a restauração e a hotelaria, que geralmente não são os que mais precisam de mão-de-obra qualificada.
Para resolver o problema da sobrequalificação, o estudo recomenda o desenvolvimento de políticas dirigidas aos graduados que facilitem a transição entre educação e mercado de trabalho, devendo assim haver uma preocupação não só com a natureza do contrato, mas também com o aumento da correspondência entre as qualificações dos candidatos e as exigidas no trabalho.
Já a longo prazo, é preciso criar uma política industrial que promova o desenvolvimento de sectores que integrem graduados em actividades qualificadas.
