Novas medições levadas a cabo pela sonda espacial não tripulada da NASA New Horizons mostram que o Universo não é tão escuro como pensávamos.
A escuridão do Universo é um fenómeno conhecido e estudado, sendo especialmente notório quando nos afastamos das luzes das grandes cidades e, ao olharmos para cima, observamos um céu que parece ainda mais escuro entre as estrelas.
Acima da atmosfera, o Espaço sideral é ainda mais escuro, não sendo, contudo, totalmente negro, uma vez que espelha um brilho fraco de algumas estrelas e galáxias distantes.
As novas medições da sonda da agência espacial norte-americana mostram que estas estrelas e galáxias não são tão abundantes como alguns cientistas teorizaram até então e, por isso, o Universo não é tão escuro como pensávamos.
De acordo com o novo, cujos resultados foram aceites para publicação na revista Astrophysical Journal, carecendo ainda de revisão de pares, o Universo tem “apenas” centenas de mil milhões de galáxias, em vez dos dois biliões de galáxias relatadas anteriormente, a partir da extrapolação de dados do telescópio espacial Hubble (NASA).
“É um número importante para se saber: quantas galáxias existem? Simplesmente, não vemos a luz de dois biliões de galáxias”, disse Marc Postman do Space Telescope Science Institute em Baltimore, Maryland, citado em comunicado.
Tod Lauer, autor principal do estudo, acrescentou: “Pegue em todas as galáxias que o Hubble pode ver, duplique esse número e é isso que vemos – mas nada mais”.
Para chegar a esta revisão do número de galáxias, a equipa de cientistas analisou imagens de arquivo da New Horizons, corrigindo algumas variáveis, como a luz oriunda das estrelas da Via Láctea que estão a refletir a poeira interestelar. Estes corpos deixaram um brilho de fundo extremamente fraco, mas ainda mensurável.
Então, de onde vem a luz residual do Cosmos?
Os cientistas acreditam que a luz residual do Cosmos pode surgir de galáxias anãs muito difusas e relativamente próximas ou de galáxias muito mais fracas em distâncias mais longas.
As estrelas intergalácticas, também conhecidas como estrelas “rebeldes” por não pertencerem a qualquer galáxia, pode também ser as culpadas ou talvez os halos das galáxias sejam mais brilhantes do que imaginámos.
O telescópio James Webb, cujo lançamento está previsto para outubro, poderá fazer observações importantes para determinar com precisão quão escuro é o Cosmos.