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Quantos naufrágios existem nos oceanos do mundo?

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Afinal, quantos naufrágios ainda permanecem escondidos nas profundezas do oceano? É uma pergunta sem uma resposta certa, mas com algumas particularidades.

Segundo a BBC Future, existem várias bases de dados sobre naufrágios no mundo, cada uma com uma estimativa ligeiramente diferente do número total de embarcações encontradas.

O wreck site tem um catálogo de 209 640 embarcações afundadas, das quais 179 110 têm uma localização conhecida.

Por sua vez, o Global Maritime Wrecks Database registou mais de 250 000 embarcações afundadas, embora algumas delas ainda não tenham sido encontradas.

Assim, de acordo com uma estimativa, cerca de 15 000 navios afundaram-se durante a Segunda Guerra Mundial. Há navios de guerra e petroleiros esquecidos espalhados desde o Oceano Pacífico até ao Atlântico — que, à medida que se vão deteriorando, vão libertando óleo, químicos e metais pesados para as águas circundantes.

Na verdade, pensa-se que os naufrágios que foram documentados representam apenas uma pequena fração do total.

De acordo com uma análise efetuada pela UNESCO, há mais de três milhões de naufrágios por descobrir nos oceanos de todo o mundo.

É pouco provável que estas relíquias estejam distribuídas de forma homogénea. Há uma série de pontos críticos de naufrágios — cemitérios marítimos ao longo de rotas populares ou perigosas que provaram ser campos de caça férteis no passado.

Como é o caso de Skerki Bank e do arquipélago de Fourni, também no Mediterrâneo, onde foram descobertos 58 navios até à data, incluindo 23 em apenas 22 dias, em 2015.

Embora o arquipélago de Fourni não fosse considerado particularmente perigoso, era habitualmente utilizado como ponto de ancoragem, pelo que se pensa que o grande volume de tráfego levou a uma elevada concentração de embarcações que aí repousavam.

Este esconderijo de destroços, ainda não descobertos, não só contém pormenores fascinantes sobre a forma como as pessoas viviam no passado — e possíveis perigos para o futuro — como também pode conter riquezas incríveis. E isso pode ser problemático.

Antigamente, muitos dos naufrágios eram encontrados a superfícies não muito profundas, por vezes acidentalmente, quando pescadores, cientistas ou caçadores de tesouros exploravam o fundo do mar nas costas de todo o mundo.

Agora, com o acesso a submarinos sofisticados, câmaras modernas e novas tecnologias de sonar, nunca foi tão fácil encontrar naufrágios mais profundos.

Ou seja, atualmente é possível construir uma imagem do fundo do oceano — mesmo nas águas mais profundas.

Por exemplo, em 2019, os investigadores descobriram o local de descanso do contratorpedeiro  USS Johnston a 6 km de profundidade na Fossa das Filipinas.

No início deste ano, os cientistas construíram um gémeo digital do Titanic em 3D, com base em levantamentos dos destroços no fundo do Atlântico.

Assim, os oceanos estão a revelar os seus segredos a um ritmo nunca antes visto.

Tal como a utilização do sonar e do GPS transformou a pesca — permitindo a identificação de cardumes inteiros de atum em mar aberto —,  qualquer pessoa pode agora utilizar estas mesmas tecnologias para encontrar naufrágios em locais nunca antes pensados.

Para já, continuam por descobrir a localização de muitos naufrágios nas profundezas dos oceanos — alguns dos mais famosos.

Por exemplo, o Waratah, um gigantesco navio de passageiros, frequentemente comparado com o Titanic. Partiu de Durban para a Cidade do Cabo, a 26 de julho de 1909, com 211 passageiros a bordo, tendo depois desaparecido.

Até hoje, ninguém sabe o que aconteceu ou onde exatamente o navio se afundou. Apesar de, pelo menos, nove expedições à procura dos seus destroços, nunca foram encontrados nenhuns.

Pode ser que não estejamos longe dessa descoberta…

Teresa Campos, ZAP //

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