Putin dá três opções aos soldados Wagner – que seriam “esmagados” na marcha

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EPA/MIKHAEL KLIMENTYEV / SPUTNIK / KREMLIN

Vladimir Putin

Presidente da Rússia considera que o movimento do grupo paramilitar só iria ajudar a Ucrânia e o Ocidente.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou os responsáveis pela rebelião do último fim de semana de serem traidores e disse que as suas ações só beneficiaram a Ucrânia e aliados.

Num discurso de cerca de cinco minutos, transmitido pela televisão russa perto da meia-noite (22h em Lisboa), Putin acusou os responsáveis da revolta de tentarem forçar os mercenários do Grupo Wagner a “disparar contra os seus”, numa referência aos soldados do exército russo.

Sem se referir ao líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, o chefe de Estado russo disse que “os inimigos da Rússia” esperavam que a rebelião armada dividisse e enfraquecesse o país, “mas eles calcularam mal”.

“A tentativa de fazer a confusão interna falhou. A sociedade russa mostrou uma consolidação enorme“, reforçou.

Apesar de terem surgido, em vídeos publicados nas redes sociais, sinais de apoio da população à revolta, Putin garantiu que a Rússia permanece unida e elogiou os mercenários por terem evitado o “derramamento de sangue”.

Horas antes, o Presidente russo tinha-se dirigido diretamente aos mercenários do Grupo Wagner, oferecendo-lhes três opções: assinar um contrato com o exército russo, voltarem para casa ou irem para a Bielorrússia – que será a nova casa do seu líder, Prigozhin.

Putin deixou duas garantias: desde o primeiro momento foram tomadas medidas para “travar o grupo e para defender a Constituição e a população” e, além disso, se o movimento militar do Wagner, seria “esmagado”.

“Eles não poderiam não compreender isso. Eles perceberam que iam dar um passo criminoso contra um país sob uma grande ameaça do exterior”, acrescentou.

O presidente da Rússia considera que os organizadores do movimento “traíram a sua pátria e o seu povo” e empurraram “os mercenários para a traição e para a morte”.

Apesar da marcha de sexta-feira e sábado, Vladimir Putin acredita que a “grande maioria” dos mercenários do grupo Wagner “são fiéis à Rússia e ao povo“, mas que tentaram incentivá-los “no escuro para lutarem contra os seus”.

“Os que iam cometer um erro reconsideraram e tomaram consciência. Obrigado a todos os soldados e comandantes que tomaram a decisão certa”, agradeceu.

Putin repetiu ainda o agradecimento que já tinha sido deixado pelo Kremlin: ao presidente da Bielorrússia, Aleksandr Lukashenko, que liderou as negociações que terminaram com a marcha.

Sem acusações

As autoridades russas anunciaram a retirada das acusações contra o grupo de combatentes a soldo da empresa Wagner, liderado por Yevgeny Prigozhin, cuja rebelião se prolongou durante 24 horas no passado fim de semana.

“Ficou estabelecido” que os participantes no motim “puseram termo às ações que visavam diretamente a prática de um crime“, afirmaram hoje os serviços de segurança russos (FSB), citados pelas agências noticiosas de Moscovo.

Nestas circunstâncias, “a decisão de retirar as acusações foi tomada a 27 de junho [hoje]”, acrescentou o FSB.

ZAP // Lusa

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3 Comments

  1. Seriam esmagados?! Esta é só para rir. Quase 800 km e parecia faca em manteiga. Apenas sentiram o barulho de seis helicópteros e de um avião que, quase como um sopro, foram metidos no chão. O grande líder fugiu para a sua terra, São Petersburgo e pediu socorro a Oeste (ao amigo fantoche bielorrusso) e a leste (guerrilheiros chechenos). Afinal o grande líder não passa de um medricas de pés de barro. Agora mais do que nunca ficou evidente a sua fragilidade e isso pode propiciar uma futura ousadia de alguém.

  2. Partilho totalmente a sua opinião. Penso exatamente o mesmo. Depois deste episódio será um milagre Putin sobreviver a uma guerra longa na Ucrânia. A ideia ficou no ar. Na cidade onde o grupo Wagner estava, a população estava claramente agradada, na esperança do início de um movimento que depusesse o regime. Com os milhares de mortos em combate e com uma grande insatisfação no exército russo, algo mudará se a guerra não terminar rapidamente. E se Putin cair, Lukashenko será o próximo.

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